ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SEGUNDA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 24-06-2002.
Aos vinte e quatro dias do
mês de junho de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze
minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores
Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, João Antonio Dib, José Fortunati, Juarez
Pinheiro, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Raul Carrion, Sebastião Melo, Zé
Valdir e Maria Luiza. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Cassiá Carpes,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Fernando Záchia,
Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste,
Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e
Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas
da Qüinquagésima e da Qüinquagésima Primeira Sessões Ordinárias que, juntamente
com a Ata da Quadragésima Nona Sessão Ordinária, deixaram de ser votadas face à
inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pela Mesa
Diretora, o Projeto de Resolução nº 086/02 (Processo nº 2264/02); pelo Vereador
Dr. Goulart, 01 Pedido de Providências; pela Vereadora Maria Luiza, o Pedido de
Informações nº 156/02 (Processo n° 2250/02); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01
Pedido de Providências; pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Informações
n°s 154 e 155/02 (Processos nºs 2221 e 2222/02, respectivamente), e as
Indicações nºs 030 e 031/02 (Processos nºs 2219 e 2220/02, respectivamente). Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 381, 382, 384 e 385/02, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Marcelino Pogozelski, Diretor-Presidente do
Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito e Transporte do Município de
Porto Alegre - SINTRAN, que discorreu a respeito de situações vividas pelos
agentes de fiscalização de trânsito no desempenho de suas funções e agradeceu a
este Legislativo pela realização de Audiência Pública, destinada a debater a
situação da categoria. Também, salientou a necessidade de busca de entendimento
entre a direção da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC - e a
categoria, instando pela implementação de treinamento e qualificação para o
trabalho. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João
Antonio Dib, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Fernando Záchia, Cassiá Carpes e
Marcelo Danéris manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Às quatorze horas e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e quatro minutos,
constatada a existência de quórum. A seguir, o Vereador José Fortunati,
presidindo os trabalhos, registrou a presença da Senhora Maria Cristina
Piovesan, Presidenta da Companhia Carris Portoalegrense - CARRIS, convidando-a
a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Senhoria, que
apresentou audiovisual e discorreu sobre o Projeto de Reestruturação do Centro
- Subsistema Circular, desenvolvido em cooperação com o Banco Nacional de
Desenvolvimento - BNDES, a Companhia Carris Portoalegrense - CARRIS, a Empresa
Pública de Transporte e Circulação - EPTC e a Secretaria Municipal de Transportes
- SMT, salientando a relevância desse projeto para conciliar a demanda do
número de ônibus e pedestres que trafegam no Centro da Cidade, bem como
proteger o Centro Histórico de Porto Alegre. Na ocasião, face manifestações dos
Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Após, o Senhor
Presidente concedeu a palavras aos Vereadores Sebastião Melo, Raul Carrion,
Marcelo Danéris, João Antonio Dib e Elói Guimarães, que se manifestaram e
formularam questionamentos sobre o assunto abordado pela Senhora Maria Cristina
Piovesan. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Maria Cristina
Piovesan, que respondeu às questões apresentadas pelos Senhores Vereadores
quanto ao assunto tratado por Sua Senhoria. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou a presença do Senhor Aldino Bernardo Dick, Secretário
Extraordinário de Captação de Recursos do Município de Porto Alegre. Às quinze
horas e trinta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e trinta e nove minutos, constatada a
existência de quórum. EM COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell, referindo-se ao
pronunciamento da Senhora Maria Cristina Piovesan, Presidenta da Companhia Carris
Portoalegrense - CARRIS, destacou a urgência da normalização e fiscalização do
comércio informal praticado em Porto Alegre. Também, abordou Projeto de Lei que
institui Mercados Populares e sugeriu à Secretaria Municipal da Produção,
Indústria e Comércio - SMIC - a alternância dos horários de fiscalização nos
arredores do Parque Farroupilha. O Vereador Dr. Goulart, analisando a situação
verificada do fornecimento de exames médicos especializados pelo Sistema Único
de Saúde - SUS, tais como ecografia, tomografia e ressonância magnética,
lamentou a forma como esses serviços vêm sendo prestados. Ainda, questionou as
condições de pagamento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN -
pelos laboratórios de diagnóstico por imagem localizados em Porto Alegre. O
Vereador Dr. Goulart, em tempo cedido pelo Vereador João Carlos Nedel, deu continuidade ao pronunciamento
anteriormente efetuado por Sua Excelência, defendendo a proposta de que os
laboratórios de diagnóstico por imagem passem a pagar alíquota única de ISSQN
correspondente a um e meio por cento e que a redução da mesma implique na
obrigatoriedade de fornecimento de exames médicos de forma gratuita, em
especial à população que carece de recursos e necessita desses serviços
médicos. O Vereador Fernando Záchia, analisando o desenvolvimento das atuais
obras viárias no Município de Porto Alegre, criticou atuação do Executivo
Municipal e dos órgãos municipais responsáveis pelas mesmas, afirmando que a
demora na sua conclusão vem causando transtornos à população e prejuízo
financeiro aos comerciantes instalados no entorno de tais obras. Ainda,
denunciou o descumprimento, pelo Executivo Municipal, de legislação que
determina a colocação, junto a obras públicas, de placas contendo os termos
inicial e final de sua execução. A Vereadora Maria Luiza afirmou que a
população usuária do Sistema Único de Saúde - SUS - têm manifestado
inconformidade com o sistema de marcação de consultas atualmente adotado.
Também, defendeu o fornecimento dos serviços de controle de natalidade pelo
SUS, a criação de um posto de saúde que atenda aos residentes entre o Triângulo
Esmeralda e a Vila Mapa e o cumprimento da legislação que prevê a publicação de
fotografias de crianças desaparecidas no Diário Oficial de Porto Alegre. A seguir,
foi apregoado Requerimento do Vereador Isaac Ainhorn, Líder da Bancada do PDT,
solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para
Tratamento de Saúde para o Vereador João Bosco Vaz, do dia vinte e quatro ao
dia vinte oito de junho do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Mauro Zacher, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Na ocasião, foi apregoada
Declaração firmada pelo Suplente Mário Fraga, informando seu impedimento em
assumir a vereança do dia vinte e quatro ao dia vinte oito de junho do
corrente, em substituição ao Vereador João Bosco Vaz. EM COMUNICAÇÕES, o
Vereador João Antonio Dib discorreu sobre ato do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre, relativo à declaração de situação de emergência no município de
Porto Alegre. Também, comentou a adoção de cartas-contrato para contratação de
pessoal pelos Senhores Raul Pont e Tarso Genro, ex-Prefeitos Municipais, e instou
pela aprovação de Requerimento de autoria de Sua Excelência, que solicita a
constituição de Comissão Especial para tratar do sistema de previdência social
dos servidores do Município. O Vereador Nereu D'Avila, comentando matérias
publicadas na edição de hoje do jornal Diário Gaúcho, referentes à pesquisa
feita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
- UNESCO - a respeito da violência praticada nas escolas gaúchas, criticou a
retirada dos guardas escolares e a colocação de alarmes nessas instituições.
Ainda, defendeu a utilização da Guarda Municipal para a prática de policiamento
ostensivo e referiu-se a projeto da Senhora Marta Suplicy, Prefeita Municipal
de São Paulo, que dá essa atribuição à Guarda Municipal daquela Cidade. Na
ocasião, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Raul Carrion,
Líder da Bancada do PC do B, à Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 020/01 (Processo nº 3341/01). O Vereador Juarez
Pinheiro, referindo-se ao pronunciamento do Vereador Nereu D'Avila, asseverou
que a proposta defendida por Sua Excelência deve ser analisada de forma
criteriosa e sugeriu que, anteriormente, seja realizada uma reflexão sobre as
causas da violência urbana. Ainda, discorreu sobre Projeto de Lei que trata das
regras da previdência social para os servidores municipais de Porto Alegre,
lembrando que a proposta deve ser apreciada até o dia onze de setembro do
corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson reportou-se ao
pronunciamento efetuado pelo Vereador Nereu D'Avila em Comunicações, no que
tange às políticas de segurança pública atualmente implementadas pelo Governo
do Estado do Rio Grande do Sul. Também, registrou a realização, no dia vinte e
dois de junho do corrente, de convenção do Partido Democrático Trabalhista,
comentando os debates realizados por ocasião desse evento. A seguir, foi
apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Maristela Maffei, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado
empossada na vereança a Suplente Berna Menezes, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Na ocasião, foi
apregoada Declaração firmada pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do
PT, informando o impedimento do Suplente Darci Campani em assumir a vereança no
dia de hoje, em substituição à Vereadora Maristela Maffei. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 125/02,
discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nºs 120/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Zé Valdir e Elói
Guimarães, 123 e 124/02, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos
de Resolução nºs 076 e 077/02, este discutido pela Vereadora Berna Menezes. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães discorreu sobre o aumento dos
índices de criminalidade urbana verificados em diversas cidades brasileiras,
mencionando episódio em que disparos de fuzil foram efetuados contra o prédio
da prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro - RJ, reportando-se ao homicídio
praticado contra o jornalista Tim Lopes e analisando o posicionamento adotado
pelo Poder Público no que tange à questão. Em continuidade, constatada a
existência de quórum, foi aprovado Requerimento firmado pelos Vereadores José
Fortunati, Paulo Brum, João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni, respectivamente
Presidente, 2º Secretário, 1º Secretário e 3º Secretário da Câmara Municipal de
Porto Alegre, solicitando, nos termos do artigo 94, § 6º, do Regimento, Licença
para Tratamento de Saúde para a Vereadora Clênia Maranhão no dia dezenove de
junho do corrente, informando que o Suplente Antônio Augusto Bernd assumiu a
vereança nesse dia em substituição a Sua Excelência, integrando a Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador
Antonio Hohlfeldt, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia. Também, o Vereador Isaac Ainhorn formulou Requerimento
verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia. Às dezessete horas e treze minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e quatorze
minutos, constatada a existência de quórum. Foi aprovado o Requerimento n°
066/02 (Processo n° 1484/02 - Requer a constituição de Comissão Especial para
analisar o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 001/01 (Processo n°
0692/02), que dispõe sobre o Departamento Municipal de Previdência dos Servidores
Públicos do Município de Porto Alegre), de autoria do Vereador João Antonio
Dib. Foi aprovado o Requerimento n° 119/02 (Processo n° 2241/02 - Requer
período de Grande Expediente para homenagear o "Comitê Municipal de Luta
contra a Área de Livre Comércio das
Américas - ALCA), de autoria do Vereador Juarez Pinheiro. Em Discussão Geral,
2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 006/00. Em Discussão
Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n° 008/01. Na
ocasião, face Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores
Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro e Marcelo Danéris, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi
aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por onze
votos SIM, nove votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelo
Vereador Adeli Sell, em votação nominal solicitada pelo Vereador Juarez
Pinheiro, tendo votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Dr. Goulart, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, Luiz Braz, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Mauro Zacher, Não os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Juarez Pinheiro, Marcelo
Danéris, Maria Celeste, Raul Carrion, Zé Valdir e Berna Menezes e tendo optado
pela Abstenção o Vereador Almerindo Filho. A seguir, o Vereador Marcelo Danéris
formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia e o Vereador Isaac Ainhorn formulou
Requerimento verbal, solicitando manifestação da Procuradoria da Casa acerca da
regimentalidade desse Requerimento. Às dezessete horas e trinta e um minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete
horas e trinta e cinco minutos, constatada a existência de quórum e, após, foi aprovado
Requerimento verbal de autoria do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração
na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo os
Vereadores Marcelo Danéris e Carlos Alberto Garcia manifestado-se a respeito. A
seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de autoria da Vereadora
Sofia Cavedon, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no
dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente João Batista Pirulito, informando que Sua Excelência integrará a
Comissão de Educação, Cultura e Esportes; de autoria do Vereador Estilac
Xavier, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de
hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juberlei
Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e
Justiça. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador
Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente
Darci Campani em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição aos
Vereadores Sofia Cavedon e Estilac Xavier. Em Discussão Geral e Votação, foram
aprovados o Projeto de Lei do Legislativo n° 038/99 e a Emenda n° 01 a ele
aposta. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo n° 144/00, tendo o Senhor Presidente, face manifestações formuladas
pelo Vereador Reginaldo Pujol, prestado esclarecimentos sobre a matéria. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo n° 033/01, o
qual, após ser discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Pedro Américo
Leal, Elói Guimarães, Reginaldo Pujol e Isaac Ainhorn, teve adiada a sua
discussão por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador João
Carlos Nedel, tendo esse Requerimento sido encaminhado à votação pelo Vereador
João Antonio Dib. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo n°
033/01, o Vereador Paulo Brum cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Isaac
Ainhorn, o Vereador Reginaldo Pujol manifestou-se sobre a matéria e o Vereador
João Carlos Nedel deixou de presidir os trabalhos, nos termos do artigo 22 do
Regimento. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo
n° 014/01, o qual, após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, teve adiada
sua discussão por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador
Marcelo Danéris. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador
Reginaldo Pujol, solicitando votação em destaque para o artigo 3° do Projeto de
Lei do Executivo n° 014/01 (Processo n° 2386/01). Em Discussão Geral e Votação,
foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 190/01, 014 e 029/02. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº
016/02, após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 036/02, após ser
discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 021/02. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 060/02. Na ocasião, face
Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Luiz Braz e
Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos
da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei
do Legislativo nº 107/02, tendo o Vereador Carlos Alberto Garcia, durante a
apreciação dessa matéria, deixado de presidir os trabalhos, nos termos do
artigo 22 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Resolução nº 070/02. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 004/02, o qual foi discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro
e Luiz Braz. Na ocasião, face manifestações dos Vereadores Reginaldo Pujol e
Raul Carrion, o Senhor Presidente prestou informações sobre a realização,
amanhã, de reunião entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes. Às dezoito horas
e quarenta e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto Garcia, João Carlos
Nedel e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel e Carlos
Alberto Garcia, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, João Carlos
Nedel, 1° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos à
O
Sr. Marcelino Pogozelski, Diretor-Presidente do Sindicato dos Agentes de
Fiscalização de Trânsito do Município de Porto Alegre, está com a palavra, pelo
tempo regimental de dez minutos.
O SR. MARCELINO POGOZELSKI: O meu muito boa-tarde a todos os
Vereadores, Presidente da Câmara, novamente nós estamos aqui na Tribuna
Popular. Eu quero, primeiramente, agradecer à Câmara de Vereadores, que nos deu
novamente esta oportunidade. Nós salientamos que, quando estivemos aqui, no dia
08 de abril, fizemos várias colocações sobre a nossa atividade. Agradecemos à
Câmara Municipal, novamente, pela Audiência Pública promovida nesta Casa sobre
a nossa atividade no trânsito, isso é muito importante.
Retornamos
a esta Casa para salientar a demissão do funcionário Ulisses Lima, que veio na
Audiência Pública e na Comissão de Direitos Humanos falar sobre a Empresa,
sobre as suas demissões e a perseguição aos agentes. Por ele não ter
estabilidade, esse funcionário foi demitido. Nós achamos essa arbitrariedade
uma grande ofensa na parte democrática da EPTC, porque toda a sua atuação em
relação à atividade do funcionário estava errada, desde a suspensão às suas
advertências, porque o funcionário foi transferido para o turno da tarde.
Saliento que foram transferidos quatro funcionários nesse meio tempo, e
praticamente trabalharam dois, porque uma agente se acidentou e esse
funcionário também teve problemas de articulação; o outro funcionário era
sindicalista - e por isso não foi demitido -, os demais ficaram na sua
atividade, mas esperando a sua transferência.
Na
oportunidade em que estivemos nesta Casa, o Ver. João Antonio Dib falou em
educação; muito bem, educação, treinamento. Quando nós postulamos, na Audiência
Pública, falta isso dentro da EPTC, falta treinamento, falta qualificação e
especificação no nosso trabalho. Outro ponto importante é a nossa
tranqüilidade, e o Ver. Ervino Besson colocou, na Tribuna Popular que tivemos
no dia 8, que falta tranqüilidade para trabalharmos.
O
que acontece? A parte da Coordenação do PCA Sul colocou o Sr. Ernani Rosa como
Coordenador; antes ele coordenava o PCA Centro, passou para atividade de
coordenação do PCA Sul e agora foi transferido para dentro da Empresa. No
relato do parecer do Ver. Hélio Corbellini, na época do parecer das denúncias
das multas, que era copilado no Centro, esse coordenador fazia parte; e o
Presidente, que era o Mário Jobim, foi demitido. Por que foi demitido? Por difamação
à Empresa. E a demissão do Ulises Lima foi a mesma coisa, teve os mesmos
pontos: difamar a Empresa. Acho que ninguém está difamando a Empresa, nós
queremos é melhorar a Empresa. E o Sr. Mário Jobim foi demitido na área
trabalhista. É muito importante que a sociedade saiba desse parecer, que foi
feito nesta Casa, eu não sei qual é a continuidade que teve.
Outro
ponto: um agente atropelado em via pública - André Marinho Roman. Esse agente
trabalhava no 158; ele fez todo um trabalho para a Empresa. Ele fez toda uma
atividade, todo um programa em que hoje a sociedade liga para 158..., fez todo
um programa, e o que acontece nesse programa? Foi ele que fez. Ele foi
transferido para a rua, por duas vezes foi atropelado e hoje se encontra
enfermo, porque foi operado de um problema no joelho, decorrente de um acidente
numa ação de blitz.
Outros
agentes continuam ameaçados de morte. O grande problema é que essas ameaças são
geralmente de condutores. Mas quando é uma ameaça da área policial, por
exemplo, que a Brigada Militar e a Polícia Civil... Nós entramos em conflito
com essas corporações, nós sempre pedimos treinamento por parte dessas
corporações para trabalharmos juntos na sua atividade. O que acontece? Desde
1999, no ano 2000, 2001 nós mandamos ofício para essas entidades e mandamos fax para a Empresa, e não tivemos
retorno. Não sei se a Empresa sabe disso e consegue que a Brigada Militar, a
parte da corporação, a Polícia Civil, que tem uma escola profissionalizante,
têm medo que os agentes façam essa escola, porque falta essa atividade, falta
essa tranqüilidade; pensam que o agente vai pegar aquela parte ostensiva.
Tem-se de trabalhar com tranqüilidade. Isso é muito importante.
Na
Audiência Pública colocamos todos esses pontos e o Ver. Cassiá fez o relato.
Esperamos que esse relato do Ver. Cassiá seja encaminhado ao Ministério
Público, para que seja tratada a questão da nossa segurança, do nosso
treinamento e das nossas punições, que estão sendo feitas.
O
que acontece hoje é o seguinte: existe uma gerência, uma diretoria, um
sindicato e uma categoria. Não existe uma harmonia por parte da categoria junto
à direção da Empresa e junto à gerência, porque eles são estatutários, são
servidores públicos com estabilidade. Existe a Lei Orgânica do Município que dá
toda a estabilidade para o funcionário público, mas para o celetista não dá.
Qual é a garantia que nós temos para trabalhar com tranqüilidade? Nós não temos
essa parte. Gostaríamos que a Lei Complementar, o Estatuto do Servidor Público,
Lei n.º 133... Eles têm toda uma garantia; nós somos celetistas.
Existem
vários contatos com a Empresa, já tivemos vários pedidos para treinamento. Nós
precisamos de coisas exatas e que contribuam para a sociedade. Isso é muito
importante. A Empresa está fazendo novamente um manual de procedimentos. Esse
já é o terceiro manual em quatro anos. Quanto já devem ter gasto para fazer
esse manual de procedimentos? E o que pedimos? Os trabalhadores pedem, o
Sindicato pede, junto com a categoria, que seja igual para votar isso aqui.
Isso aqui não tem aumento de salário. Isso aqui tem procedimento de trabalho e
de disciplina. O que não vimos é o interesse da Empresa em participar junto
conosco neste trabalho. Tivemos vários problemas, na época do plano de saúde,
quando o Sindicato entrou; não tivemos problemas na licitação. E eles vão fazer
o terceiro manual e vão gastar novamente, porque a categoria não está junto
para fazer esse manual. Não adianta pedir sugestões para a categoria, temos é
de estar juntos, assinar o manual de procedimentos para que se possa ter esse
trabalho em conjunto.
A
questão que levantamos também é que pedimos várias audiências ao Prefeito
Municipal de Porto Alegre e não fomos atendidos. A Empresa acha que com isso
ela consegue, com reuniões, chegar a algum resultado. Não vimos resultado
nenhum. Mandamos vários ofícios, desde depois da Audiência Pública até este
mês, mas não tivemos retorno direto, objetivo. Não tem; é muita reunião sem
poder de decisão. O que queremos é que a Empresa e o próprio Secretário tomem a
iniciativa de poder de decisão. Não tem poder de decisão nas suas reuniões.
Vários agentes têm problemas de suspensões indevidas e a Empresa não revê esses
casos. Simplesmente está uma intranqüilidade no nosso trabalho.
E
à noite o pessoal trabalha com pequeno efetivo. Quando eu falo pequeno efetivo,
lembro que em 2000 éramos quatrocentos agentes, hoje somos trezentos e vinte.
Eu gostaria de salientar qual o custo e a rotatividade dos agentes.
Eu
quero novamente agradecer a esta Casa por oferecer a oportunidade de fazermos
estes relatos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Convidamos o Sr. Marcelino Pogozelski,
Diretor-Presidente do Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito e
Transporte do Município de Porto Alegre, para integrar a Mesa.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu
caro Marcelino Pogozelski, ouvi com atenção o seu pronunciamento. Não vou fazer
nenhum julgamento, mas algumas coisas me deixaram imensamente preocupado. Fui
servidor municipal durante trinta e quatro anos, mas eu sempre senti a proteção
do braço amigo da autoridade que estava acima de mim. Eu sempre via os
servidores tranqüilos, porque sabiam que teriam a proteção do Secretário ou do
próprio Prefeito – reiteradas vezes eu vi isso. Hoje, me parece que o Partido
dos Trabalhadores não deveria permitir que os seus servidores tivessem queixas
a fazer; que tivesse uma democracia dentro da Prefeitura, para que servidores e
figuras de projeção como o Secretário, como o próprio Prefeito, pudessem trocar
idéias. Que não fosse necessária a Tribuna Popular. Mas, o Partido dos
Trabalhadores cuida muito dos trabalhadores dos outros. Daqueles sobre os quais
ele tem responsabilidade, ele retira o salário, como fez o Prefeito Olívio
Dutra em 91, como fez o Prefeito Tarso Genro em 95, e não assegura o mínimo de
condições para que o indivíduo trabalhe.
Realmente,
essa queixa que é feita, hoje, pelos agentes de trânsito, sentimos também por
parte de outros servidores da Prefeitura. Eu esperava que o Partido dos
Trabalhadores cuidasse muito bem dos seus trabalhadores na Prefeitura.
Lamentavelmente, não é o que se ouve, não é o que se vê, não é o que se sente.
Isso é muito triste! Mas, se fossem fatos relatados por agentes de outro
governo, que não fosse o que está na Prefeitura, a coisa seria muito séria.
Aqui na Câmara haveria denúncias, violências, mas, como é do Partido dos
Trabalhadores, todo mundo se entende lá, e os trabalhadores da Prefeitura
continuarão com as dificuldades que vêm enfrentando até hoje, de salário, de
condições de trabalho, de condições de normalidade e até de entendimento entre
as partes. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, queremos saudar o Sr. Marcelino Pogozelski pela
presença e dizer que estamos acompanhando, detalhadamente, o conjunto das
denúncias, das dificuldades dos agentes de trânsito, que têm sido trazidas pelo
Presidente da entidade, pelo Presidente do Sindicato, e também por diversos
agentes que têm participado das reuniões que a Comissão de Defesa do Consumidor
e Direitos Humanos tem feito em relação a isso. Inclusive, o que nos tem,
fundamentalmente, preocupado é a denúncia, reiterada por vários agentes, por
vários “azuizinhos”, no que se refere
às perseguições políticas que eles denunciam a nossa Comissão. Eles denunciam,
freqüentemente, uma dificuldade enorme na relação entre a empresa e os
trabalhadores, a falta de segurança, que é uma questão fundamental para o
trabalhador que se encontra nas ruas, e o conjunto das denúncias tem engrossado
o processo na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, que
analisará, na tarde de amanhã, um relatório que está sendo encaminhado à
Comissão pelo Ver. Cassiá Carpes, inclusive com a indicação de que a decisão
seja no sentido de encaminhar ao Ministério Público o conjunto das denúncias
que têm chegado lá, tendo em vista a gravidade dos depoimentos trazidos à
Comissão. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Ervino Besson está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Marcelino Pogozelski, Diretor-Presidente do
Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito e Transporte do Município de
Porto Alegre, eu quero saudá-lo em nome da Bancada do PDT. Ouvi o seu
pronunciamento. É difícil para uma categoria que presta um relevante trabalho
para a cidade de Porto Alegre, principalmente na área do trânsito, não haver um
serviço harmônico entre a categoria e as instituições e não haver uma total
integração. Isso é muito ruim para a Cidade. Inclusive o Sr. Marcelino colocou
que, já por várias vezes, solicitou audiência com o Prefeito João Verle. E se
tem sabido que o Prefeito João Verle tem sido muito leal com as pessoas que têm
pedido audiência. Por isso, me estranhou de uma forma muito ruim que ele não
tenha atendido essa categoria. Fica um apelo desta Casa ao Líder da Bancada do
PT, Ver. Marcelo Danéris, para que faça esse “meio-de-campo” para que o
Prefeito atenda essa categoria, já que ela presta relevantes trabalhos para
esta Cidade. Desde já, em nome da minha Bancada, coloco-me à disposição para,
juntos, resolvermos esse impasse em benefício da nossa Cidade. Um abraço a
todos os agentes de fiscalização de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Fernando Záchia está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, quero cumprimentar todos os presentes, em
especial o Presidente do SINTRAN, corajoso Presidente do SINTRAN, é importante
que se ressalte isso. De uma maneira especial, eu quero estender os
cumprimentos à CEDECONDH, pelo trabalho que tem sido feito, em especial ao Ver.
Cassiá Carpes pelo Relatório que apresenta. Pinço desse Relatório, que,
certamente, tem, e terá, a concordância da totalidade da CEDECONDH, o trecho em
que finaliza esse Relatório, que questiona a preparação dos Agentes de Fiscalização
do Trânsito, o sistema de punições, as suas atribuições e competências, o plano
de segurança dos agentes, a clareza, a transparência, o regulamento interno e a
relação do servidor com a Empresa, principalmente a postura técnica e política
da EPTC. O Ver. Cassiá Carpes foi muito feliz quando fez essa avaliação,
porque, quando nós constatamos...
E
esta Casa “oportuniza” que as entidades, que os sindicatos possam, usando o
espaço da Tribuna Popular, fazer as suas manifestações. Quando vinha,
legitimamente representado, o Sindicato, e aqui fazia denúncias das
irregularidades até então cometidas pela Direção da EPTC, de perseguições a
funcionários, e trazia, especificamente, o caso do servidor Ulisses Lima, que,
naquele momento, tinha sido suspenso por três dias e depois das denúncias serem
realizadas, foi afastado, demitido da empresa...
Parece-me,
então, que, obrigatoriamente, essa Comissão, quando envia ao Ministério
Público, vai pelos canais competentes e legais, mas a discussão dessa matéria
tem de ser cada vez mais intensificada, as suas denúncias têm de ser
intensificadas, a avaliação, feita pelas autoridades pertinentes, digo
especificamente o Ministério Público, porque, numa empresa pública, quando
existe perseguição política contra o servidor, não há argumentação alguma que
possa sustentar a existência e a permanência da direção dessa Empresa.
Perseguição a servidor, Sr. Presidente, é algo absolutamente sério. A CEDECONDH
fez o seu trabalho e envia para o Ministério para prosseguir nas averiguações.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.
Marcelino, temos muita satisfação em tê-lo aqui. Após analisar as cópias
taquigráficas dos depoimentos, com acusações de várias pessoas, cheguei à
conclusão de encaminhar o relatório a nossa Comissão de Defesa do Consumidor e
Direitos Humanos para que possamos, amanhã, terça-feira, na nossa reunião, ter
uma votação favorável com a presença dos cinco membros da Comissão, para que
possamos encaminhar realmente ao Ministério Público, porque ali tem várias
acusações de funcionários, em termos de perseguições, em termos de melhor ou
pior elaboração das estratégias da EPTC, acusações sobre multas, enfim, várias
contradições nos procedimentos da EPTC em Porto Alegre. Nesse aspecto, tenho
certeza de que o Ministério Público irá olhar com muito carinho as cópias
taquigráficas dos depoimentos. Esse é o relatório que fazemos da Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos para que possamos encaminhar realmente
ao Ministério Público. Um abraço e satisfação em tê-lo aqui. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Marcelo Danéris está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Marcelino, Diretor-Presidente do SINTRAN,
quero registrar que o Partido dos Trabalhadores tem compromisso com o
funcionalismo. Não é por nada que este é o único Município que tem
bimestralidade, em que os trabalhadores têm direito à greve, à reivindicação e
à legítima crítica, que faz parte do seu trabalho, do funcionalismo e dos seus
movimentos. Bem diferente do que os partidos, que hoje estão no Governo
Federal, fazem, há mais de oito anos: sem nenhum reajuste, impedem greves dos
servidores, ameaçam e não concedem nenhuma melhoria e nem sequer a garantia dos
seus direitos. Então, nós, além da bimestralidade, garantimos todos os direitos
dos trabalhadores.
Outro
aspecto importante que quero registrar é que não há perseguição política na
EPTC. Quero afirmar isso de forma dura e contundente, porque não faz parte, nem
sequer, da nossa trajetória. Vou pegar o exemplo do Sr. Ulisses Lima, já que
foi citado aqui, que possui, na sua folha, muito mais ausências do que
presença. Ele não tem comparecimento ao serviço, e isso não é perseguição
política, mas zelo pelo bom funcionamento do serviço público na cidade de Porto
Alegre.
O
SINTRAN entregou uma proposta de cursos - isso que foi falado na tribuna -, na
semana passada, ao mesmo tempo em que marcou a Tribuna Popular. A EPTC tem
interesse em discutir esses cursos e tem acordo com boa parte da proposta feita
pelo SINTRAN. E mais, está fazendo a proposta de discutir o Código de
Disciplina, e o cartaz que foi mostrado não é um manual, mas um cartaz. Foram
feitos cinqüenta cartazes chamando os servidores para o debate sobre o manual
de procedimentos ou Código de Disciplina dos Servidores.
A
EPTC tem todo o interesse de fazer negociação, o Governo tem todo o interesse
de sentar com o servidor público, e nós queremos fazer, também, um apelo, Ver.
Ervino Besson, para que o SINTRAN se dedique a sentar à mesa de negociação, já
que, para o dissídio da categoria, nós tivemos de convocar três vezes o
SINTRAN, que se recusou a sentar à mesa com a EPTC e ajuizou o dissídio sem
sequer se prestar à negociação junto à direção da EPTC. Então, antes de falar
com o Prefeito, quem sabe vamos conversar com a própria direção da EPTC junto
com o SINTRAN. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Queremos agradecer a presença do Sr.
Marcelino Pogozelski, Diretor-Presidente do Sindicato dos Agentes de Fiscalização
de Trânsito do Município de Porto Alegre, que trouxe a esta Casa preocupações
sobre o funcionamento da EPTC. Seja bem-vindo entre nós e, certamente, V. S.ª
terá, por parte de todas as Bancadas, a acolhida das suas reivindicações. Um
grande abraço e até a próxima oportunidade.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h43min.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati – às
14h44min): Estão
reabertos os trabalhos. Com muito prazer, estamos recebendo a Sr.ª Maria
Cristina Piovesan, Presidenta da CARRIS, que irá, durante o tempo de dez
minutos, expor sobre o Projeto BNDES/CARRIS.
Solicito,
querida amiga Maria Cristina, que você faça a devida explanação.
Solicito
também que sejam diminuídas as luzes do Plenário, pois a explanação da Dr.ª
Maria Cristina também será feita com audiovisual, que depende de uma menor
iluminação neste recinto.
A
Sr.ª Maria Cristina Piovesan está com a palavra.
A SRA. MARIA CRISTINA PIOVESAN: Gostaria de cumprimentar o Presidente da
Casa, Ver. José Fortunati, e todos os Srs. Vereadores presentes, e dizer da
nossa satisfação em fazer os esclarecimentos solicitados aqui por esta Casa
sobre este projeto, que não é um projeto somente da Carris, é um projeto da
Prefeitura, e que atende às várias diretrizes do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano de Porto Alegre e também do Plano Diretor de Transportes
da nossa Cidade.
Inicialmente,
gostaria de dizer que o projeto, como era da Prefeitura, foi desenvolvido pela
EPTC, SMT, Secretaria do Planejamento do Município, Grupo de Revitalização da
Área Central e também pela Secretaria de Captação de Recursos, juntamente com a
Carris. A Carris foi envolvida diretamente nesse processo, já que o Plano
Diretor que definiu o novo modelo operacional de transporte para Porto Alegre,
em 1997, definiu ainda o papel preponderante da Carris, assim como o papel das
demais operadoras, que deveriam operar, através de consórcios operacionais, nas
diversas regiões da Cidade, deixando como papel preponderante para a empresa
pública o atendimento transversal, diametral e circular ao Centro da Cidade.
Por isso o nosso envolvimento direto nesse projeto.
O
diagnóstico da mobilidade na área central é por demais conhecido de todos nós,
mas somente retomando alguns dos problemas que temos aí na área central:
Os
terminais de ônibus concentrados somente em um ponto, e, na medida em que foi
sendo ampliada a área de pedestres, esses terminais foram ficando cada vez mais
na periferia do Centro, ou contornando a área central próxima da Av. Mauá e
arredores, inclusive com terminais no próprio Viaduto da Conceição, afastando
do destino mais próximo do coração do nosso centro histórico. Muitas pesquisas
comprovaram que todas as linhas de ônibus radiais vêm ao Centro da Cidade,
somente com alguns retornos ali na Av. Cairú, mas todas as demais vêm ao Centro
e, no entanto, somente 30% das pessoas têm destino no Centro; as demais têm
destino ao longo dos eixos, portanto, não necessitando dirigir-se à área
central.
A
poluição, devido ao grande volume de concentração de veículos e ônibus, também
originada justamente pelo acesso de todos os ônibus à área central, conforme já
falamos.
Degradação
daquela área, falta de acessibilidade ao coração do Centro, fazendo com que o
próprio comércio perdesse o seu atrativo para os shopping centers, uma vez
que as pessoas, para se dirigirem ao centro para fazer compras, cada vez mais,
foram ficando afastadas do comércio do seu interesse.
Falta
de integração físico-tarifária dentro de Porto Alegre, na própria Região
Metropolitana, inclusive com estacionamentos.
O
itinerário das linhas circulares, por conseqüência da diretriz de incremento de
vias exclusivas para pedestres, também foi ficando mais afastado desse coração
do Centro, perdendo o atrativo e deixando de atender ao objetivo para o qual
foi criado. Por conseqüência, temos ainda veículos das linhas circulares
inadequados, considerando-se a topografia da área central e a característica de
demanda, porque são movimentações muito rápidas, que precisam de veículos
menores, com intervalos também menores; não veículos convencionais, grandes,
que fazem com que as pessoas tenham um longo tempo de espera.
E
falta de informação do sistema como um todo, também não fornecendo o que é
necessário para o deslocamento das pessoas no Centro.
A
solução seria se repensar a concepção de vias exclusivas para pedestres, e isso
já foi, de certa forma, inclusive, implementado, no ano que passou,
posteriormente ao desenvolvimento desse projeto, que foi a colocação de linhas
de táxi-lotação circulando por essas vias como Marechal Floriano, Andradas e
outras. Procurar encontrar uma solução que compartilhasse o tráfego das linhas
circulares com os pedestres, de forma segura, criando, então, intervenções
especiais, conciliando ônibus e pedestres; qualificação dos terminais na área
central, trabalho que já foi iniciado, pontos de parada padronizados com
informações e veículos de tecnologia de ponta, menos poluentes, e também
adequados, em termos de tamanho, às características que já falamos.
O
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Porto Alegre prevê
justamente retornos operacionais na altura da I Perimetral, evitando o acúmulo
de ônibus na área central, que apresenta todos os problemas já levantados
anteriormente. Nós temos os corredores da Assis Brasil, Protásio, Ipiranga,
Bento, Sertório, o corredor da Zona Sul e os pontos de estacionamento, já
previstos, inclusive, para o futuro. O modelo operacional de que falamos
anteriormente, que criou as bacias operacionais, definiu para a Carris o papel
de operar as linhas circulares. Qual é o projeto de reestruturação do sistema
Centro? Trinta por cento da demanda, em média, tem destino na área central em
todos os eixos. Mas na Zona Sul e Sudeste, especificamente, aqueles terminais
que têm ponto ali na Salgado Filho e Borges, de acordo com uma pesquisa
realizada no ano de 2001 pela EPTC, identificou-se que, daquela região, somente
27% da demanda dos eixos Sul e Sudeste têm destino na área central.
Correspondendo a setenta e dois mil passageiros na hora/pico, e desses que têm
destino na área central, 20% não têm destino na Borges e Salgado. Aliás, têm
destino longe da Borges e Salgado, ou necessitando uma caminhada muito longa,
ou um transbordo para uma outra linha. Nós temos, no total da Borges e Salgado,
quarenta e oito mil pessoas por dia que têm destino diferente da Borges e
Salgado, provenientes do eixo Sul e Sudeste das linhas radiais.
Este
projeto não contempla somente veículos. No total, são 3 milhões e 800, sendo
que parte deles é para veículos e parte para reformas de terminais, implantação
de novos pontos de paradas, e intervenções no sistema viário. O projeto
contempla: implantação de um novo ponto de parada em frente à Rodoviária,
eliminando o famoso “xis” da Rodoviária, tão contestado, motivo de tantos
problemas no nosso trânsito gerando congestionamentos no ingresso da nossa área
central. A proposta é que seja feito um novo ponto nos dois sentidos em frente
à Rodoviária, fazendo ligação com a passarela, inclusive com o túnel da
TRENSURB, facilitando não só o acesso dos ônibus, mas também aos usuários do
transporte coletivo, que poderão fazer aquela travessia com segurança através
dos meios já existentes.
Reforma
dos terminais da Av. Salgado Filho e da Av. Borges de Medeiros, é uma
reivindicação antiga daquela comunidade. O volume de ônibus que foram
acrescidos, ali, ao longo do tempo, fez com que aquela região da Cidade ficasse
bastante deteriorada; é do conhecimento de todos. A proposta é que se faça a
reformulação desses terminais, também incluídos neste projeto.
Tratamento
viário em vários pontos da Cidade, principalmente nas zonas de conflitos entre
o novo sistema circular e as vias de pedestre, fazendo com que esses veículos
circulem trazendo segurança para os pedestres, através das intervenções
viárias.
Proporcionar
a microacessibilidade na área central, no coração do nosso Centro histórico,
contribuindo com isso para a revitalização do Centro.
A
integração com os estacionamentos ao longo da I Perimetral, inclusive, no
futuro, até com garagens subterrâneas ou outros estacionamentos.
Integração
tarifária e temporal com diversos modais. TRENSURB, Região Metropolitana de
Porto Alegre, através do projeto de bilhetagem automática, que está sendo
desenvolvido pela Prefeitura; a TRENSURB tem também projeto nesse sentido, e a
própria METROPLAN, para a Região Metropolitana da Cidade. Então, integração
física com ônibus urbano, metropolitano, TRENSURB, e até futuro sistema
hidroviário, que já foi aprovado o projeto pelo BNDES.
Projeto
da reformulação das linhas, além dos terminais e da parte viária, ele reformula
as três linhas circulares existentes: C1, C2 e C3 e cria outras três linhas que
têm o itinerário reduzido, atendendo os interesses mais diretos na área mais
nobre do Centro. O objetivo também é ter veículos que proporcionem um intervalo
regular de cinco minutos, ao longo de todo o dia, porque temos de considerar
que são deslocamentos curtos e para que seja feito o transbordo, efetivamente,
precisa haver credibilidade e confiabilidade nessa transferência. Então, ao
longo de todo o dia, nós teremos intervalos regulares, em todas as seis linhas,
de cinco minutos.
O
visual do veículo padronizado e de acordo com os pontos de parada, sendo que
nesses pontos de parada teremos a informação de todos os itinerários, pontos da
linha e também áreas de interesse, pontos de conexão e todas as informações
para que qualquer usuário, qualquer não-usuário do transporte, chegando naquele
ponto, consiga localizar-se e utilizar o sistema em qualquer lugar para dirigir-se
à qualquer lugar ou a qualquer atrativo do nosso Centro. Veículos de tecnologia
de baixa poluição, com maior nível de conforto, acessibilidade universal e
veículo menor adequado ao sistema viário central.
A
Linha C1, essa vermelha, é uma linha existente que sofre algumas pequenas
alterações, sendo que hoje, para os senhores terem uma idéia, ela circula pela
Av. Mauá, completamente longe da nossa área de maior interesse, então ela tem o
seu itinerário alterado para fazer a ligação de um lado ao outro do Centro,
passando efetivamente pelo coração do Centro.
A
C4 é uma linha nova, que ocorre no sentido longitudinal e que liga, justamente,
o Mercado ao Praia de Belas. Todas essas linhas atendem a todos esses pontos,
são zonas de interesse ao longo do seu itinerário, então, todos os pontos de
atração estão aqui colocados. Esses itinerários são indicativos, eles não são
totalmente definitivos, porque serão ainda discutidos com a comunidade para
finalizá-los.
As
Linhas C2 e C3 são existentes, sendo uma no sentido horário e outra no sentido
anti-horário, e que sofrem pequenas adequações.
As
Linhas C5 e C6 são circulares, mais no miolo do Centro, com uma circunferência
mais curta no destino do Centro.
Esse
é um mapa que mostra os locais onde serão adotadas as medidas chamadas de traffic call me, que é justamente no sentido de intervenções para que se garanta a
segurança do pedestre, reduzindo a velocidade para o veículo, fazendo com que a
velocidade do veículo seja a velocidade daquele que tem a maior dificuldade,
que é o pedestre, até cinco quilômetros por hora, nesses locais de
congestionamento. Aqui nós temos o Mercado Público, e temos a Rua Sete de
Setembro, Otávio Rocha, José Montaury, Andradas, enfim, são realmente os locais
mais nobres, no coração do Centro.
A
proposta é utilizar-se um veículo com menor nível de poluição, e o que existe
no mercado atualmente é justamente um veículo híbrido, é uma tecnologia que
começa a ser adotada no mundo todo, principalmente os Estados Unidos tem-se
utilizado bastante disso, até porque tem, por parte do Governo americano, um
incentivo para a utilização desses veículos menos poluentes, apesar de todas as
contestações americanas. Ele é acionado por um motor elétrico, mas quem aciona
o motor elétrico é um motor a diesel. Então, ele tem dupla fonte de suprimento
de energia a bordo, fazendo com que ele tenha as vantagens de um veículo
trólebus, mas não necessita de toda aquela estrutura externa, que tem um custo
muitíssimo mais elevado e torna a via rígida, o sistema rígido, não
possibilitando alterações conforme variações do city urbano.
O
motor de combustão interna é o que aciona o gerador que alimenta o motor
elétrico; então, a movimentação do veículo, a tração é feita por eletricidade.
Há também um ponto chamado pulmão de bateria. Como o motor à combustão trabalha
a uma rotação constante, esse pulmão de bateria é acionado naqueles momentos
onde há maior necessidade de aceleração ou também de arrancada do veículo.
Então, ele é acionado nesses momentos, e quando existe a frenagem ou a redução
da necessidade de potência, essa potência é revertida para a alimentação das
baterias. Então, ela é um ciclo energético quase perfeito.
Essa
tecnologia veicular, além das vantagens de níveis de poluição, aqui é uma média
de 60%, conforme os particulados, isso aumenta para 90%, enfim, como a poluição
ambiental é composta por vários componentes, então a média fica nesses
patamares.
Consumo
do combustível de 30 a 40% inferior, temos de considerar que o motor que aciona
esse gerador elétrico, não necessariamente deve ser um motor grande, ele é um
motor bastante reduzido, e isso então dá uma redução ainda maior. Nível de
ruído sonoro comparado ao trólebus; maior aceleração e frenagem pela própria
capacidade dos pulmões, e isso proporciona maior velocidade média para o
sistema de transporte coletivo de maneira geral.
Eliminação
de câmbio, frenagem elétrica, menor desgaste do motor à combustão, isso tudo
baseado na experiência do trólebus, ele tem uma redução de custo de manutenção
de 20 a 30% e, logo, uma vida útil também maior.
Comparativamente
ao trólebus, ele elimina a rede aérea, redução de custo e maior flexibilidade,
conforme já falamos.
A
condição de financiamento especial pelo BNDES, que está incentivando esse tipo
de investimento, porque entende que é uma alternativa para as grandes cidades
que têm problemas de poluição e é uma tecnologia que existe no mundo todo, mas
que também temos desenvolvida aqui no Brasil.
Para
que a gente conclua a viabilidade desse projeto, considerando que 27% daquele
eixo Sul/Sudeste tem demanda na área central e, ainda, considerando a
necessidade da redução de ônibus na Av. Borges de Medeiros e Salgado Filho, não
de atendimento, mas de número de veículos, efetivamente, para que se possa
qualificar aquela região, se propõe a racionalização do sistema radial desse
eixo Sul e Sudeste. De que forma? As linhas de maior freqüência, 50% delas
continuarão vindo até a Borges e Salgado, os outros 50% das viagens farão
retorno operacional na I Perimetral. De forma que todas as linhas continuarão
mantendo terminal na área central. Todas! A população continuará tendo a
alternativa de deslocamento direto ao Centro, mas algumas viagens farão o
retorno na I Perimetral. Em algumas viagens, as linhas de maior freqüência
serão divididas. De forma que, no todo, nós teremos uma redução de 30% das
viagens na Av. Salgado Filho e Av. Borges de Medeiros. considerando que somente
27% da demanda tem destino na área central, nós continuaremos, ainda, com uma
oferta bastante superior à necessidade da demanda.
O
transbordo não é obrigatório, não tem pagamento de dupla tarifa, porque ele
utiliza a bilhetagem automática, que propõe a integração temporal. Então, num
espaço de tempo, as pessoas poderão fazer mais de um transbordo sem o pagamento
de outra tarifa, e é uma opção para aqueles 20% que têm o destino longe de seu
terminal na área central.
Claro
que isso é um projeto que está integrado com a Av. Salgado Filho e Av. Borges
de Medeiros, mas ele deve ser, também, expandido para os outros eixos da Av.
Protásio Alves, Av. Farrapos e Rua Voluntários da Pátria.
Esse
é o exemplo dos retornos operacionais, as linhas que vêm da Av. Borges de
Medeiros e Av. Praia de Belas, aqui nós temos o terminal da EPATUR, onde as
nossas três circulares já fazem – de alguma forma – essa integração; o retorno
do eixo da Av. João Pessoa, aqui na Praça Argentina e os terminais da Av.
Salgado Filho e Av. Borges de Medeiros continuarão aqui. (Mostra quadro.)
Com
essa redução de tempo de viagem e de quilometragem, nós temos no total uma
redução pequena, de mil quilômetros por dia. Isso, em termos de frota,
representa uma redução de quatro veículos nas linhas radiais, com incremento de
vinte e cinco carros operacionais no sistema circular. Isso devido ao aumento
das viagens e ao aumento de freqüência e também da criação dessas três linhas,
e uma redução no sistema radial, vinte e nove carros, o que dá uma redução de
quatro veículos. Qual o reflexo disso na tarifa única de Porto Alegre?
Praticamente se eqüivalem. A tarifa atual, do sistema, é 1,0989 e, com este
projeto, a tarifa fica em 1,0966. Numa hipótese mais pessimista, num incremento
de 10% de passageiros pagantes, novos, 10% do sistema que hoje transporta as
linhas circulares, que é dez mil passageiros/dia.
Então, esse é um trabalho que considerou a hipótese mais
pessimista, não considerou a redução de custo operacional e também não
considerou a redução do aumento da vida útil dos veículos.
Rapidamente, de maneira geral, eram essas as informações que
tinha para passar aos senhores. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Convidamos a Sr.ª Maria
Cristina Piovesan para compor a Mesa, a fim de ouvir o depoimento dos
Vereadores aqui presentes.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente Carlos Alberto Garcia, a nossa
saudação. Como sabe V. Ex.ª, o comparecimento não é uma figura regimental e nem
da Lei Orgânica, mas tem sido uma jurisprudência criada nesta Casa.
Eu tenho entendimento, na medida em que a Sr.ª Maria
Cristina Piovesan teve vinte minutos para falar sobre a matéria, que, reduzir a
dois minutos para os oradores falarem, não dá para estabelecer o debate.
Então,
eu gostaria de saber como é que V. Ex.ª vai proferir o debate sobre esta
matéria tão importante.
O SR. ADELI SELL: O Ver. Sebastião Melo preside uma das
importantes Comissões desta Casa, é só nós pautarmos uma agenda, é um assunto
de economia, de interesse, de orçamento, não há nenhum problema. A Presidenta
da Comissão de Transportes não está aqui, não posso falar por ela, pode ser
também nesse espaço, mas nós temos este espaço aqui para fazer as perguntas e
podemos continuar amanhã nas reuniões das Comissões, não há nenhum problema.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Ver. Sebastião Melo,
neste espaço, sempre quando vem um Secretário ou outro membro do Governo, é
permitida a interlocução. Já é praxe. É diferente da Tribuna Popular.
Então, nós gostaríamos que V. Ex.ª fizesse as suas
perguntas, como os demais, e depois tenho certeza de que a Presidenta da Carris
terá condições de responder.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Carlos Alberto Garcia,
Sr.ª Maria Cristina Piovesan, algumas preliminares. Primeiro, eu acho que esse
debate chega atrasado para votarmos este Projeto antes do recesso. Sou autor de
dois edidos de diligência; um, não me dei por satisfeito e o outro recebi há
dez minutos, não tive tempo de folhar ainda, imagino que seja o retrato daquilo
que V. S.ª acabou de expor aqui para nós, Vereadores. Mas eu acho, portanto, e
tenho esta avaliação de que nós temos dificuldades, pelo menos de minha parte,
de votar este Projeto ainda esta semana.
Quero
dizer ao Ver. Adeli Sell que nós vamos, sim, propor este debate. Amanhã, nós
temos reunião da nossa Comissão, esta semana, ainda, acho que nós vamos
conversar sobre isso. Agora, a segunda questão, eu tenho muito claro que a
questão da humanização do Centro é uma luta antiga de vários Governos, e do
Governo de V. Sª também, que passa por um conjunto de políticas públicas para o
Centro da Cidade, e não apenas a questão do transporte coletivo. Então, essa é
a primeira questão, e, portanto, ao discutir um Projeto dessa envergadura, não
há como sonegar o debate das outras política públicas que envolvem o Centro de
Porto Alegre, entre elas, eu quero deixar muito clara a questão do comércio
informal de rua, porque nós estamos vivendo um drama na Cidade sobre a questão
do comércio informal. E não dá, na nossa avaliação, para debater e aprovar um
Projeto desta envergadura sem termos um debate de como nós vamos tratar a
questão do comércio informal de rua. Essa é uma outra questão. Bom, eu também
tenho muita clareza de que toda vez que aumenta o ônibus e os passageiros são
os mesmos, consequentemente, aumenta-se a tarifa. Eu estou vendo que o cálculo
que a senhora apresenta é o contrário. Portanto, eu não estou convencido disso.
E tem uma coisa que para mim é fundamental, Dr.ª Maria Cristina Piovesan: nós
temos um sistema de consórcios em Porto Alegre, que opera o sistema de
transporte coletivo. Então, vou partir do pressuposto de que, efetivamente, o
Projeto é excelente e que ele precisa caminhar nessa direção, e que realmente
isso é necessário. Se isso é necessário, por que razão então os consórcios não
fazem isso que a senhora quer fazer, se são eles, efetivamente, que têm um belo
retorno da passagem de Porto Alegre? Por que o Poder Público tem de investir se
são os consórcios que operam? Vamos chegar no ponto em que a SUDESTE entendeu
que é ela que tem que fazer transbordo. Então essa é uma questão que o
consórcio SUDESTE ou consórcio da Zona Sul, por exemplo, têm de fazer. Eu não
sei qual é a opinião, eu tenho ouvido pessoas, passageiros, porque há uma
resistência, a senhora sabe disso, a pessoa, quando quer vir ao Centro, quer
vir ao Centro; quando ela enxerga o Centro, ela quer chegar no Centro. A
senhora disse que tem pesquisa de satisfação. Eu diria que é um projeto, que a
questão do Centro de Porto Alegre, quero dizer que é do interesse do conjunto
da Cidade, consequentemente desta Casa, mas nós temos o entendimento de que ele
precisa ser melhor esmiuçado, porque essa é uma parte da questão da humanização
do Centro. Mas de uma coisa eu estou convencido: eu acho que isso não é para
investimento público. Se os consórcios que operam o sistema na Cidade entendem
que tem de haver transbordo, então o consórcio, por meio dos consórcios, que
promova essa modificação. Evidentemente, eu tenho outras questões, mas vou
parar por aqui. Convido V. S.ª no sentido de que possamos agendar, ainda esta semana,
um debate na nossa Comissão de Economia e Finanças, envolvendo esses outros
aspectos que nós queremos colocar no conjunto desse debate. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Raul Carrion está
com a palavra.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação a
Sr.ª Maria Cristina Piovesan, que nos brinda com a sua exposição. É evidente
que não tivemos tempo suficiente para estudar o projeto, mas nos parece, em
princípio, válido, interessante e importante, porque estamos conscientes da
grande concentração de ônibus na área central da Cidade. Particularmente,
temos, há muitos anos, inclusive como ex-Presidente da Associação de Moradores
do Centro, atual Presidente do Conselho Deliberativo da Associação, discutido e
trabalhado com a Prefeitura sobre a solução dos terminais na Av. Salgado Filho
e Av. Borges de Medeiros, que é a maior “rodoviária” de Porto Alegre, mas não
está qualificada e nem tem condições. É a área mais poluída e mais degradada do
Centro de Porto Alegre, uma área que achamos que é um verdadeiro boulevar de Porto Alegre, que poderia
ser recuperada e se tornar um ponto
de atração turística e de recuperação da área central da Cidade.
Há
muitos anos, tentamos uma solução, mas continuamos sem êxito ainda. No ano
retrasado, nós aprovados uma verba que foi a que viabilizou inclusive a
pesquisa realizada pela EPTC, verba conquistada no Orçamento Participativo, por
intermédio da Associação de Moradores do Centro. A única coisa que me preocupa
aqui é que a previsão é de reduzir unicamente 30% do afluxo de ônibus, pelo que
entendi, na Av. Salgado Filho. Registro que a expectativa da Associação de
Moradores do Centro e da comunidade do Centro é uma redução mais drástica. Eu
conversava com o Diretor do EPTC, companheiro Bertotto, no dia do aniversário
da CARRIS, na festa que se realizou no DC Navegantes, e dizia que a Associação
não havia sido mais procurada para avaliação do projeto que a Prefeitura havia
ficado de realizar. Ele me disse que o projeto da EPTC ainda não foi realizado
e que esse é um projeto propriamente da Carris. Achamos que estes dois
projetos, depois, deveriam ser sintonizados. Gostaríamos de discutir uma
redução mais ampla da circulação dos ônibus na área central. Isso não invalida,
a nosso ver, a idéia do projeto, da perspectiva dele, mas, assim como outros
ajustes, como a senhora mesma colocou que seriam feitos no projeto, entendemos
que poderia ser feita uma redução maior no número de veículos na Av. Borges de
Medeiros e na Av. Salgado Filho. Então, fica essa pendência e aguardamos uma
reunião conjunta com a EPTC, a Carris, para discutir especificamente isso, de
acordo com as demandas da Associação dos Moradores e da comunidade do Centro de
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto
Garcia, presidindo os trabalhos nesta tarde, Sr.ª Maria Cristina Piovesan,
Diretora-Presidenta da Carris, a Bancada do Partido dos Trabalhadores gostaria
de saudar a Carris pela presença e pela disponibilidade de estar aqui, junto
aos Vereadores desta Casa, para prestar esclarecimentos. Nós assumimos um
compromisso, junto a vários Vereadores da Câmara, de, primeiro, responder às
diligências que foram feitas, e respondemos à última, que era do Ver. Sebastião
Melo, na sexta-feira, às 15h20min. Nesse horário, estava à disposição da Câmara
de Vereadores a diligência, conforme compromisso assumido por este Líder da
Bancada do Partido dos Trabalhadores com o Ver. Sebastião Melo e com outros
Vereadores, no sentido de que a diligência estaria aqui na sexta-feira à tarde,
e assim estava a partir das 15h20min.
Esse
Projeto está aqui desde março, mais ou menos, para a discussão por parte dos
Vereadores. Então, obviamente, é um Projeto importante e que pôde ser debatido,
inclusive, em Pauta, e depois percorreu as Comissões. Nós entendemos que é um
Projeto importante para a Cidade, mas de peculiar interesse para os moradores
do Centro. A redução de 30% é uma redução significativa, visto que a Av.
Salgado Filho, da forma como está, está gerando um descontentamento, que é
natural, legítimo e está de acordo, pois nós também temos esse descontentamento
com relação a essa área. Essa redução é uma redução significativa para aquela
região, e obviamente esse Projeto não se deve encerrar neste momento. Na
verdade, ele é um dos primeiros passos que envolvem toda a revitalização do
Centro.
Aprovamos,
aqui na Câmara, o Fundo Monumenta, que recupera o patrimônio histórico de Porto
Alegre, no Centro, que também é um passo importante. Tem toda uma readequação
das vias do Centro, abrindo para passagem de carros, pedestres, dando uma
humanizada, vamos dizer assim, na questão do Centro, e este obviamente coopera,
contribui e amplia essa revitalização. Acho que é um primeiro passo bastante
importante.
Eu
gostaria de fazer uma sugestão, já que estamos premidos pelo tempo – não porque
isso ficou pouco tempo aqui, mas porque o nosso período se encerra na
sexta-feira, depois temos o recesso e, obviamente, o financiamento de 13
milhões do BNDES também corre risco a partir da não-votação deste Projeto.
Diante desta urgência, diante do tempo de debate que temos aqui, diante das
respostas às diligências, diante da sua presença aqui, Diretora-Presidente da
Carris, diante desta semana que temos ainda, eu gostaria de propor que a Carris
se fizesse presente amanhã mesmo, numa reunião das Comissões, que pode ser a
partir do horário de encerramento do período ordinário. Por exemplo, a CEFOR,
assim como a CUTHAB, se reúne às 14h, algumas às 14h30min, e isso vai até as
16h, 16h30min. Eu proponho que amanhã, às 16h ou 16h30min, façamos a reunião
com a Carris em conjunto com a CUTHAB, para que possamos ampliar e aprofundar
este debate, até porque o Ver. Sebastião Melo gostaria de fazer outras
perguntas e o tempo ficou apertado aqui. Então, já que a proposta é do
interesse da população de Porto Alegre, do interesse do Centro de Porto Alegre,
é de interesse no que se refere à melhoria da qualidade do ar, do trânsito, da
circulação no Centro, envolve 13 milhões de reais, um financiamento importante
– certamente não foi fácil construir um projeto em que o BNDES desse ok a um financiamento desse porte, faltando
apenas a votação aqui na Câmara - que possamos também fazer a nossa parte, nós,
Vereadores, e que possamos fazer essa discussão dentro de um tempo hábil, que
viabilize a aprovação desse Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. João Antonio Dib
está com a palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, minha
cara Presidente da Cia. Carris Porto-Alegrense, Dr.ª Maria Cristina Piovesan,
eu acho importante o que está acontecendo aqui hoje. A última alteração
profunda na área central foi feita na Administração Guilherme Socias Villela, e
eu era o Secretário de Transportes – e sob a minha responsabilidade se fez a
alteração, sem nenhum terminal de ônibus na Av. Salgado Filho. O número de
ônibus era mais ou menos o mesmo, não variou; eram mil e quatrocentos, agora
talvez sejam mil e quinhentos, então não há por que ficar preocupado. Mas eu
estou preocupado, porque é um projeto que vai mudar a área central, sem dúvida
nenhuma, e até acredito que vai melhorar a área central, mas não foi publicado,
não foi dado conhecimento especialmente à Câmara Municipal. Quando veio o
Projeto pedindo autorização para ser feito um financiamento de 13 milhões de
reais, nós não sabíamos o que iria realmente acontecer na área central. Hoje,
tomamos os primeiros contatos, a pedido de diligências, que o Executivo demorou
a responder. Então, temos dificuldades para resolver as coisas, se não as
conhecemos. Há boa vontade de todos os Vereadores no que se refere a vermos a
Cidade crescer, vermos a Cidade melhorar e minimizar os seus problemas, mas a
Administração não tem sido atenciosa com o Legislativo no sentido de mostrar
aquilo que vai fazer. Quando fazíamos alterações na área central, a Câmara
sabia o que iria acontecer, a população sabia o que iria acontecer, mas, hoje,
há muita publicação na Prefeitura, mas não aquelas sobre que precisávamos ter
conhecimento. Quando o projeto chegou aqui... E talvez já tivesse sido até
resolvido, se chegassem os esclarecimentos que, hoje, são trazidos, mas que não
dão condições ao Vereador para memorizar o que foi apresentado e, depois,
pronunciar-se. Por exemplo, eu acho que cinco minutos de intervalo entre um
ônibus e outro é muita coisa, tem de ser menos. Não sei quantos ônibus vão
deixar de entrar no Centro da Cidade, não sei como é que eles vão fazer o
retorno junto à I Perimetral. Um dia pensei que deveríamos fazer a circulação
gratuita, fazendo com que todas as empresas que operam no sistema de transporte
de Porto Alegre colocassem um número “x” de
veículos em relação ao atendimento que prestam à Cidade, e esses veículos
circulariam na área central gratuitamente, e as tarifas seriam mantidas as
mesmas, porque seria bom para todos. Mas essas coisas nós não ficamos sabendo.
Creia,
Sr.ª Presidenta, que há boa vontade da Câmara Municipal, não há por que se
preocupar, mas precisamos de mais informações e sei que estão começando a
chegar. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero
cumprimentar a Dr.ª Cristina Piovesan, uma das grandes técnicas, de carreira,
do Município de Porto Alegre - tivemos a oportunidade de, em determinado
momento, atuar juntos nesta área vital, fundamental, dinâmica, que se chama
transporte -, e dizer das nossas preocupações com alguns pontos no Projeto, e
dizer também que temos que ter a ótica de que o transporte é artigo de primeira
necessidade. É indispensável à dinâmica do desenvolvimento das pessoas e da
Cidade; é fundamental, e temos de ter presente esse dado. Com algumas questões
temos experiências amargas, como por exemplo a questão ligada à integração,
quando tivemos de terminar com a integração que havia ali na Av. Antonio de
Carvalho, onde tivemos uma experiência de integração em Porto Alegre, uma ou
duas experiências, se não me falha a memória. Aquela foi uma experiência em que
os desajustes... Talvez o projeto não tenha sido devidamente bem elaborado.
Enfim, aquilo nos deixou na memória uma experiência amarga. Estamos aí com um
megaprojeto, que é a questão do metrô, um assunto que ainda está nos “cueiros”,
por assim dizer; ainda está sendo embalado. Não sei como está sendo visto esse
megaprojeto, porque haveria uma intervenção fantástica, envolvendo todo o
Centro da Cidade. Há uma série de questões que acho que têm de ser amplamente
debatidas, mas, de qualquer forma, quero dizer que tenho a ótica de que para o
transporte nós temos de desenvolver todas as atividades no sentido de
implementar medidas, porque ele é realmente fundamental. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, frente às manifestações do Líder do Governo e
tendo aqui quatro membros da nossa Comissão, vou consultar os Vereadores João
Antonio Dib, Adeli Sell e João Carlos Nedel, pois temos um compromisso às 14h30min
na Junta Comercial, que não podemos adiar. Todavia, acho que poderíamos jogar
para às 16h, da minha parte, se os demais Vereadores concordarem, e aí temos
que ver a CUTHAB, mas entendo que não deveria ser uma reunião só com a Carris;
deveria ser com a EPTC, com a ATP, com a Comissão de Humanização do Centro de
Porto Alegre e qualquer outra comissão de moradores afins e todas essas
entidades afins dessa matéria e, evidentemente, da questão do comércio
informal, porque eles automaticamente têm tudo que ver com isso.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Vereador, as Comissões
têm plena liberdade de convocar e convidar as diversas entidades que julgarem
necessárias. Neste momento, temos de priorizar a presença da Presidenta da
Carris. Ver. Marcelo Danéris, V. Ex.ª poderá conversar, pessoalmente, depois,
com o Ver. Sebastião Melo.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu queria fazer uma
colocação: eu concordo com a reunião amanhã, mas deveria ser somente com a
Carris, a EPTC e a ATP.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Por isso mesmo,
Vereador, que eu não gostaria de fazer esse debate, já que as Comissões têm
total liberdade de convidar. Eu também faço parte da Comissão e neste momento
devemos priorizar o tema central, que é a presença da Carris.
Registramos
a presença, neste momento, do Sr. Aldino Bernardo Dick, Secretário
Extraordinário de Captação de Recursos. Seja bem-vindo a esta Casa.
Passamos
a palavra à Sr.ª Maria Cristina Piovesan, Presidenta da Carris.
A SRA. MARIA CRISTINA PIOVESAN: Respondendo, inicialmente, aos
questionamentos do Ver. Sebastião Melo, ele tem toda a razão quando coloca a
problemática dos camelôs, eu acredito também que uma proposta não invalida a
outra e nem coloca em segundo plano. Ambos os problemas devem ser contemplados
pela necessidade de qualificação, e o projeto de revitalização da área central
trabalha com vários grupos de trabalho; um, que é transporte e circulação, e é
com esse grupo que nós detalhamos esse Projeto. Segundo, o investimento é em
empresas públicas, ele não é da Prefeitura na Administração Direta. Porque
desses 13 milhões e 800 mil, 8 milhões e 300 mil são recursos para a frota, que
apesar do tomador do empréstimo ser a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que
garante com o Fundo de Participação do Município, quem ressarce o
financiamento, o investimento, é a própria Carris; e o mesmo acontece com os
outros 5 milhões e 500 mil, que são ressarcidos pela EPTC. Então, não tem
nenhum recurso da Administração Direta, apesar de ser o Fundo de Participação
de Municípios que garante o investimento. Nós já temos outro financiamento da
mesma forma, que é para o Corredor Norte/Nordeste e que vem sendo pago
regularmente pela Empresa. Segundo, como já foi colocado, a responsabilidade
pela operação das linhas circulares do Centro é da Carris, ou seja, pelo novo
modelo operacional, por ônibus, de transporte de Porto Alegre, a
responsabilidade é de Carris.
As
bacias operacionais, cada uma, regionalmente, é atendida por um consórcio de
empresas, e isso vem sendo obedecido. Esse modelo não está totalmente
implantado, a alteração se dará gradativamente e aguardamos a bilhetagem
automática para conseguir avançar sem fazer desatendimentos ou gerar maior
custo para os usuários do sistema em Porto Alegre.
O
Ver. Raul Carrion colocou que a questão dos 30% é muito pouco. Eu digo que 30%
não é pouco, é um número significativo, talvez não seja aquilo o que a
população da Av. Salgado Filho desejaria, mas tecnicamente é possível. Nós
vimos que só 27% têm demanda até o Centro. Tecnicamente, nós poderíamos reduzir
70%, mas nós temos também que considerar aquilo que o Ver. Elói Guimarães
colocou, que é a cultura da nossa população quanto à resistência ao transbordo.
Por isso esse projeto não é um projeto onde a integração, onde o transbordo
seja compulsório, não há essa possibilidade; as pessoas farão o transbordo, se
quiserem.
Então,
com o tempo, nós acreditamos que isso possa ser modificado. As pessoas vão-se
adaptando, vendo que continuam tendo o seu destino no Centro e isso poderá
avançar. Mas, num primeiro momento, será uma mudança significativa e, por isso,
esse percentual mais reduzido.
Eu
gostaria de me colocar à disposição no momento em que for necessário, Ver. João
Antonio Dib, Ver. Sebastião Melo, Ver. Elói Guimarães, Ver. Raul Carrion, para
todas as reuniões e oportunidades onde pudermos discutir. Temos certeza de que
é um Projeto que agrega em termos de qualidade do nosso Centro, qualidade do
transporte, por todas as obras que estão colocadas nesse Projeto e também pela qualificação
do transporte dessas linhas circulares e contribuindo para esse projeto, que é
audacioso, que merece que todos se empenhem na nossa Cidade, que é a
revitalização da nossa área central. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Obrigado, Sr.ª Maria
Cristina Piovesan, por essas informações, que vêm, de pronto, resgatar aqueles
anseios, principalmente dos moradores do Centro. E queremos dizer que a senhora
retorne a esta Casa tantas vezes quantas julgar necessárias ou tantas vezes
quantas os Srs. e Sras. Vereadoras a convidarem para comparecer aqui.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h37min.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia –
às 15h39min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos
às
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por
cedência de tempo do Ver. Estilac Xavier.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto
Garcia, minhas senhoras, meus senhores, caros colegas Vereadores e Vereadoras.
Discutir a Cidade, como acabou de fazer a Diretora-Presidenta da Carris,
mostrando a esta Casa e à cidade de Porto Alegre que é preciso revitalizar o
Centro, as condições de circulação, e em especial para o pedestre, com
segurança; ônibus circulando de cinco em cinco minutos no Centro, para deslocar
as pessoas de um canto para outro; não haver o tumulto, a poluição, a balbúrdia
da Av. Salgado Filho, com aquele conjunto imenso de ônibus. Sem dúvida nenhuma
é um elemento importante para uma Cidade que é cada vez mais considerada e
vivida como a “Cidade da qualidade de vida”. Concomitantemente a essa
preocupação do transporte público de passageiros, o transporte coletivo de
qualidade, como nós temos hoje em Porto Alegre, inclusive com ônibus com ar refrigerado,
também queremos colocar uma questão pela qual nós temos lutado intensamente
aqui nos últimos anos, eu venho mais uma vez discutir a questão do comércio
informal de Porto Alegre. Desta vez eu não vou falar tanto dos problemas que
tivemos aqui na quinta-feira, na Comissão de Economia Finanças e Orçamento,
Ver. João Carlos Nedel, na presidência dos trabalhos, quando muitas pessoas
reclamam e buscam espaço na Cidade, mas as pessoas não querem dialogar com a
sua proposta, que é a dos mercados populares, que inclusive está na Ordem do
Dia para ser votada. Talvez possamos fazer algumas modificações, mas é uma
proposta com a qual V. Ex.ª sabe que nós nos vinculamos profundamente.
Mas
eu quero falar, Ver. João Carlos Nedel, sobre o que está acontecendo com
caminhões que vêm de Londrina, Paraná, caminhões que vêm de Umuarama, no
Paraná, que passam pela divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul – e eu
já acionei a Secretaria Estadual da Fazenda para que redobre a fiscalização -,
porque oferecem, como ofereciam ontem à tarde, em uma tarde fria de inverno,
mas eles estavam ao sol, atrás do Estádio Olímpico, com um shopping a céu aberto, vendendo móveis e utensílios: mesas,
cadeiras, sofás, em cinco prestações no cartão Visa. Isso é uma afronta à
economia que paga tributos, porque se diz que nós contribuímos com 34% do PIB,
com tributos que o cidadão tem de pagar, impostos tão altos que o Brasil é o
campeão da tributação. Mas é óbvio que isso só pode acontecer quando você tem
lojas, por exemplo, como é o caso do Centro Comercial da Osvaldo Aranha, com
várias lojas estabelecidas, só para dar um exemplo, na linha de móveis, e tem,
como concorrência, quatro, cinco pontos em praça pública vendendo produtos
contrabandeados, produtos que são “internalizados” ilegalmente no Estado do Rio
Grande do Sul, que não pagam 17% de imposto, enquanto uma loja estabelecida
paga imposto. Aí não é um problema de exclusão social, como vem discursar muita
gente aqui nesta tribuna; pelo contrário, quem compra qualquer um desses móveis
tem dinheiro, e os que os trazem para cá têm muito dinheiro, porque há um
esquema montado: estão passando pelas divisas dos Estados sem pagar imposto.
Inclusive vou mandar essas notas taquigráficas para o meu Secretário, porque há
dias coloquei aqui para o responsável do ICMS.
Digo
mais, ontem à tarde, também. Por isso vou pedir para o meu querido Secretário
da Indústria e Comércio mudar os horários da fiscalização da SMIC. Ontem à
tarde, quando havia um grande evento no Parque Farroupilha, os camelôs tomaram
conta do Parque, em cima da grama, estragando um parque da Cidade, vendendo,
inclusive, CD pirata. Não era a feira tradicional de domingo, o nosso Brique de
mais de vinte anos. Nós precisamos atentar para esses problemas.
É
por isso que, Ver. Dr. Goulart, V. Ex.ª, que se queixa, muitas vezes, da falta
de condições para a saúde pública, nunca haverá dinheiro suficiente para a
saúde pública enquanto houver sonegação neste País, enquanto houver
contrabando, enquanto houver pirataria. Precisamos investigar, inclusive, por
que há tanta facilidade assim.
Uma
coisa eu sei: há dias, seis pilantras, que não são funcionários, foram “pegos
com a boca na botija” lá na fiscalização de tributos, em Torres, na divisa de
Santa Catarina com o Rio Grande do Sul. É preciso, inclusive, verificar como
esses caminhões entram no Rio Grande do Sul sem pagar os tributos e fazendo
concorrência desleal, quando falta dinheiro nos cofres da Prefeitura, dos
tributos, para resolver os nossos problemas.
Precisamos
discutir essas e outras questões sobre o comércio informal, como também quero
denunciar aqui as sacoleiras de luxo. Agora não é mais pegar alguns produtos
feitos em alguma oficina de fundo de quintal, mas são as sacoleiras de luxo,
publicando em jornais que vendem jóias. Quem paga esse imposto? As relojoarias
pagam, e essas pessoas não pagam. Onde está a Polícia Federal? Onde está a
Receita Federal? Queremos fiscalização, queremos que todos paguem o mesmo tipo
de imposto e não beneficiar alguns grã-finos, porque tem muita sujeira por trás
disso também. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra, em
Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras
e Srs. Vereadores, o que se passa no mundo do SUS? Exames de média complexidade
e de maior complexidade, ou seja, ecografia, considerado de média complexidade
pelo SUS - eles acham que a ecografia é um pouco complexa -; de mais
complexidade, que seria a tomografia; e de mais complexidade ainda, que seria a
ressonância magnética. Esses exames são destinados à população pobre, que
precisa do SUS; à população remediada, que também precisa do SUS, marcados pela
Central de Marcações e de Exames Complexos, que é o nome da sessão. Nós já
sabemos que as consultas são uma verdadeira perversidade, em se tratando de
especialidade médica. Eu venho dizendo isso há um ano e seis meses, e as coisas
não evoluem, ninguém toma providência, e o pior, ninguém se assusta com essa
delação. As autoridades deveriam ficar assustadas com a delação, porque é uma
responsabilidade de sua parte; o povo deveria ficar assustado com essa delação,
porque poderá ser uma necesidade de sua parte, e eu vejo, sinto-me, às vezes,
com a Comissão de Saúde e Meio Ambiente como se nós fôssemos uma mínima legião,
um “Exército de Brancaleone”, pequeno, gritando a esmo em um deserto imenso,
que nem o eco de nossas palavras nós mesmos, da Comissão de Saúde e Meio
Ambiente, escutamos. Ah, faltam exames complexos! Ai de quem precisar de uma
ressonância magnética, um exame moderníssimo, mas que deve existir pelo SUS. A
Constituição de 1988 foi clara: é responsabilidade nossa, nossa do Legislativo
não, nossa de quem disse, do Governo do Executivo, que aceitou, dos Executivos
Federal, Estadual e Municipal. Os laboratórios de imagem, que fazem Raio X, não
costumam pagar o ISSQN, porque, às vezes, eles entendem que têm que pagar por
profissional, e às vezes o Governo entende que têm de ser pago pela fatura do
laboratório. E é 3%, na Saúde, que se cobra, aqui, no nosso Município, dos
laboratórios. Às vezes, eles pagam, às vezes, eles não pagam, ou seja, a
Prefeitura não recebe de maneira regular esse imposto.
O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Dr. Goulart, V. Ex.ª há de convir conosco que o SUS também foi
uma imposição do Governo Federal, que nem sempre levou em conta as
peculiaridades de cada município. Eu acho que é preciso levar em conta
principalmente as peculiaridades das capitais, em especial, Porto Alegre. V.
Ex.ª sabe que 54% dos procedimentos do HPS são feitos para pessoas do interior
do Estado e de outros estados. Eu acho que nós temos que rediscutir essa
questão, e V. Ex.ª, que preside a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, pode
contribuir, sem dúvida alguma, para esse debate.
O SR. DR. GOULART: Ver. João Carlos Nedel, V. Ex.ª tinha
oferecido o seu tempo. Eu poderei usar o seu tempo ou V. Ex.ª vai usá-lo?
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): V. Ex.ª pode usá-lo.
O SR. DR. GOULART: Agradeço, vou seguir porque é importante
o que disse o Ver. Adeli Sell, e ainda tenho algumas proposições a lhes fazer.
É bem verdade que a União aceitou a municipalização, mas não se preocupa com a
maneira como a municipalização está sendo feita. Peculiaridades que existem
aqui entre nós: uma população flutuante que o IBGE não consegue medir. Por isso
teria de haver um quociente dos recursos que viessem de Brasília para a Saúde
de Porto Alegre, considerando essa população flutuante, que é grande. Também
deveríamos pensar que um número imenso de pessoas de outras cidades consultam
aqui em nossa Capital, sendo que essas pessoas deveriam ter o seu atendimento
pago por alguém, alguém que fosse responsável por elas, alguém que recolhe o
seu imposto no local onde vivem. E não fazem isso. É certo o que o Ver. Adeli
Sell disse. A União, simplesmente, municipalizou e esquece como isso tem de
acontecer.
Eu
dizia que o ISSQN é um imposto pago sobre serviços de qualquer natureza e que
os laboratórios de imagem, de Raio-X, tem, de uma maneira confusa, como é que
deverão pagar isso: ou pagam por funcionários que têm - e a maioria tenta fazer
desse jeito -, ou, às vezes, chega o Município e diz que não, que tem de ser
pago sobre o montante. E existe um imbróglio nessa história do ISSQN com os
laboratórios, porque quando o Município acha que tem de ser pelo montante do
dinheiro que o laboratório ganhou, eles recebem multas altíssimas, mas, quando
ele pensa que tem de ser só pelos funcionários que têm, o Município deixa de
ganhar aquele valor que deveria ganhar sobre o montante do laboratório. O que
pensamos nós? Que os usuários do SUS têm de ter exames à disposição e no maior
número existente. Quem está precisando de uma tomografia e está, há um ano, esperando,
pode até já ter morrido e não se deu conta. Quem está esperando uma ressonância
magnética deve estar completamente apavorado, porque o preço é exorbitante se
for pagar, é de mais de quatro dígitos, às vezes, o valor de uma ressonância
magnética. E o trabalhador, que ganha salário mínimo, como é que vai ter acesso
a isso? Então, o que imaginamos? Que todos os laboratórios de imagem têm de
pagar o ISSQN, mas, para todos pagarem, nós temos de fazer uma negociação para
que isto fique muito claro: sobre o montante, reduzirmos de 3% para 1,5%. Os
laboratórios que deveriam pagar 3% sobre a sua produção deverão pagar 1,5%
sempre, e os outros 1,5% eles têm de oferecer para o SUS em exames, em imagens
para os pobres. Quem está precisando de uma ecografia - e todos os dias todos
precisam de ecografia -, quem está precisando de uma tomografia está entendendo
o que este Vereador da Saúde diz, o que este médico que quer ajudar o povo diz.
E eu sei que o pessoal está precisando disso, que o povo está precisando disso,
não só por ser médico de ponta, como por recebê-los na Comissão de Saúde, onde
trabalhamos bastante. Eu, o Ver. Pedro Américo Leal, o Ver. Ervino Besson, o
Ver. Aldacir Oliboni e o Ver. Beto Moesch sabemos o quanto eles precisam dessas
imagens, desses exames. Como é importante quando uma situação requer uma
tomografia, para um estudo melhor por parte do médico e para alívio do
paciente, ou para a preocupação, precisando de outros tratamentos mais
profundos.
É
necessário que nos unamos para que os laboratórios paguem 1,5% sempre, e a
Prefeitura vai estar ganhando, porque deixa de ganhar; é bom para o Prefeito, é
bom para o Secretário da Fazenda, é bom para o Município, que tem uma receita
certa dos laboratórios, e é bom para o povo, porque esse laboratório será
obrigado a dar 1,5% à receita, em exames. RX de fêmur, de pulmão? Não. Isso o
SUS já tem. O que o povo precisa? Acesso a exames que chamam de alta
complexidade. Ecografia, tomografia, ressonância magnética, cintilografia e
outras grafias importantes que o povo precisa. Existe Projeto sobre isso
tramitando na Casa e eu preciso do apoio dos meus Pares para que o povo tenha
acesso a esta maravilha que está se construindo que é o SUS, que ainda falta
muito a construir, mas temos de nos preocupar em atingir os objetivos no que
eles pedem, no SUS, exames para todo mundo e iguais para todo mundo,
principalmente para quem não pode pagar, que são as pessoas que nós temos que
defender. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Fernando Záchia está com a
palavra, em Comunicações.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores aqui presentes, nós temos
constatado, nos dois últimos anos, que na cidade de Porto Alegre têm sido realizadas
obras importantes, obras viárias, obras que já geravam uma expectativa da sua
necessidade há mais tempo. Mas é importante que agora começam - de dois anos
para cá - a ser realizadas essas obras. E, à população, pela importância e por
tudo aquilo que essas construções atingem, a diversos segmentos e também à
normalidade da Cidade, o atraso dessas obras certamente traz prejuízos,
insatisfações e algumas angústias.
Nós
constatamos, há mais tempo, quando se duplicava ou alargava a Assis Brasil, que
isso afetou diretamente os comerciantes daquela região, e agora se vê, no
próprio triângulo da Assis Brasil, diversos problemas, problemas de falência da
empresa que estava construindo, fazendo com que a obra fosse interrompida,
gerando um grande atraso ou aumentando ainda mais o atraso já existente. No
próprio Viaduto da João Pessoa, pela demora, também o erro quando se fez aquela
terceira pista, e é um questionamento que temos que fazer, Ver. João Dib,
porque houve o gasto de recursos públicos para o alargamento da Avenida,
naquele espaço do Parque da Redenção, quando o Ministério Público agora mandou
retornar ao que existia antes. Quer dizer, se gastou dinheiro público para
fazer e se gasta para corrigir aquilo que não deveria ter sido feito. Mas
também esse viaduto em obras há mais de um ano, daria quase tempo para se fazer
um viaduto novo, mas estão fazendo as correções. Os recursos são liberados via
BID, via BNDES, e, às vezes, não são repassados, entram na vala comum, não
repassam às empresas, é o que posso entender pela demora excessiva dessas
obras. E, se entrarmos na Av. Nilo Peçanha., vamos constatar, já falado aqui na
Carlos Gomes com a Nilo Peçanha, naquele viaduto que parou, recomeçou, foi
refeito o projeto, e agora, felizmente, começam a ser retomadas as obras, mas
em ritmo muito tímido, em ritmo de obra pequena que não interfere no entorno da
região, em ritmo de obra que não tem um significado muito grande na Cidade. Ao
contrário, um viaduto no cruzamento da Carlos Gomes com a Nilo Peçanha deveria
ser executado em ritmo absolutamente acelerado, em ritmo de grande cidade. É
difícil constatarmos, compreendermos, mas constatamos quando passamos aos
sábados lá e vemos a obra parada, não se trabalha aos sábados, se trabalha
somente cinco dias. Uma obra com aquela grandiosiodade, uma obra de repercussão
no todo da Cidade, como aquele viaduto, deveria ter um ritmo muito mais
acelerado. Se olharmos também na Protásio Alves com a Carlos Gomes, naquele
complexo com a Senador Tarso Dutra, naquele viaduto de três níveis, importante
para a Cidade, bonito, diferente, uma obra belíssima... Mas foi dito nesta Casa
que no final de março estaria pronta, nós estamos no final de junho e não
sabemos se estará pronta em agosto. Estamos constatando o atraso, mas, contraditoriamente,
Ver. Zé Valdir, constatamos que a Cidade faz as obras, estão sendo feitas as
obras.
É
importante registrar que existe uma lei aprovada, nesta Casa, de minha autoria,
obrigando a que se coloquem nas placas que compõem o conjunto das obras a data
de início e do término das obras. Para que essa lei? Simples, para que a
população possa permanentemente acompanhar o que está sendo realizado e quanto
tempo esse transtorno normal de uma grande obra vai durar para aquela região. O
que nós constatamos? Constatamos que essa lei não é cumprida. Uma lei votada,
aprovada, discutida pela Câmara, sancionada pelo Sr. Prefeito, mas não é
cumprida. Por que não é cumprida? Porque as datas que constam nas placas já
foram superadas há mais de um ano. E o que faz o Município? A Prefeitura apaga,
quando faz, o final, o “ano 2001”, que era originalmente, deixando lá dia e
mês, não deixando o ano.
Para
que isso? É de vergonha, para que a população não constate que a obra está
atrasada há mais de um ano.
E, se ela não apaga, ela não coloca a data de final; ela põe
a data de início, dia, mês e ano do início da obra. Mas a população precisa
saber, deve saber quando é que essa obra vai se encerrar, qual é o término
previsto para o encerramento dessa obra, para que possa pensar em retomar a
normalidade das suas atividades residenciais ou comerciais.
Leis são para serem cumpridas! Leis sancionadas pelo
Prefeito devem ser cumpridas. Se o cidadão não cumpre, ele é punido, pagando
multa por atraso. Agora, quando a Prefeitura não cumpre uma lei que ela
sancionou, aí, Sr. Presidente, este Vereador tem dificuldade de compreender as
coisas. Se quem faz a lei não a cumpre, não dá o exemplo, não vão querer exigir
que o cidadão comum venha a cumprir as leis. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Maria Luiza está com a palavra,
em Comunicações.
A SRA. MARIA LUIZA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, cidadãos presentes neste Plenário, e os que nos
assistem pela TV Câmara, gostaria de
aproveitar este tempo que me é dado para manifestar, aqui, a indignação de
várias pessoas, no meu andar pelo interior do Estado, que tenho viajado
bastante, quanto ao trabalho da Central de Marcação do Estado, que infelizmente
não está funcionando. Vários municípios do interior têm uma dificuldade enorme
de encaminhamento para cirurgia, quando se trata de especialidades médicas
atendidas na Capital, a dificuldade é que muitas pessoas não têm como fazer a
não ser dirigir-se a Porto Alegre. São várias pessoas que estão à mercê desse
serviço de saúde pública e eu gostaria de registrar, aqui, a importância que
tem o Governo do Estado nessa intervenção e o quanto se faz necessário rever
esse tipo de atendimento, porque nós sabemos que a proposta de descentralização
já está há muito tempo sendo implementada em todos os municípios, mas na
verdade lidamos com a dificuldade do repasse das verbas.
No
que diz respeito ao atendimento na área da saúde, muitos municípios não estão
preparados para esse atendimento.
Então,
eu gostaria de registrar, aqui, em nome de todos os cidadãos deste Estado a
indignação e a necessidade de se rever a questão do atendimento no que diz
respeito à Central de Marcação.
Gostaria
também de solicitar aqui uma especial atenção desta Casa no que diz respeito ao
atendimento do SUS. Muitas pessoas têm procurado o SUS, em relação ao controle
da natalidade e à questão da opção, porque, se o SUS existe, ele tem que, no
mínimo, oferecer os serviços para que aquela população que necessita possa
utilizá-los, como é o caso de muitas questões relacionadas à ligadura de
trompas e vasectomia.
A
população procura o serviço e tem dificuldade de vê-lo implementado na medida
em que a pessoa faz a opção de realizar uma ligadura de trompas ou uma
vasectomia.
Então,
eu acredito que o serviço de saúde, não só no Município, mas no Estado também,
deva dar uma atenção especial para esses casos. Muitas pessoas que têm acima de
cinco, seis filhos - com a idade necessária exigida - encontram dificuldades no
sentido de realizar esse serviço, tanto de ligadura quanto de vasectomia.
Eu
gostaria de registrar que a questão do controle da natalidade não passa só pelo
aspecto da redistribuição da renda, mas, sim, também pela opção do cidadão de
ter a oferta desse serviço e de poder realizá-lo.
Então,
solicito uma atenção nesse sentido, eu gostaria de deixar isso registrado aqui
na Casa.
Além
de eu estar exercendo, agora, nesta última semana, o cargo de Vereadora, na
Casa, sou Assistente Social e faço um trabalho voltado também para a área da
saúde, na Região da Lomba do Pinheiro aqui em Porto Alegre, realizo esse
trabalho voluntário em uma organização não-governamental.
Fui
procurada no final do ano passado, em meados de setembro, outubro, pela
comunidade que reside entre a Triângulo Esmeralda e a Vila Mapa, e as pessoas
que me procuraram fizeram uma reivindicação para a criação de um posto de saúde
naquele local, porque existe um número de pessoas, em torno de quatrocentas e
cinqüenta, que ficam desassistidas; elas não se enquadram nem no atendimento do
posto de saúde da Vila Mapa e nem se enquadram no atendimento do posto de saúde
da Vila Triângulo Esmeralda. Na ocasião da candidatura do nosso ex-Prefeito,
agora candidato ao Governo do Estado, Tarso Genro, ele esteve na comunidade participando
de algumas reuniões e disse que a verba não seria dificuldade e empecilho para
a criação desse posto de saúde, e sim a localização. Então, quando a comunidade
nos procurou, como eu faço parte dessa ONG, nós disponibilizamos o espaço
físico, mais de 240m, para a construção desse posto. Quero dizer que desde
fevereiro entramos em contato novamente com a Secretaria Municipal da Saúde
para negociações, em termos de comodato, a instituição, essa organização
não-governamental chamada Centro Vida, localizada na parada 4, na Lomba do
Pinheiro, apresentamos à Secretaria Municipal da Saúde um termo de comodato
cedendo essa área para a Prefeitura Municipal para a construção do posto, e, já
passados cinco, seis meses, nós não temos retorno nenhum. Então, a comunidade
está ansiosa por essa decisão, que não se apresenta, e nós, em contato com a
Secretaria Municipal da Saúde, estamos em cima, mas não temos nenhum retorno.
Então, aproveito este tempo aqui para colocar essas questões ligadas
diretamente à área da Saúde e que nós temos de estar atentos a isso.
Finalizando,
gostaria de colocar, rapidamente, que nesta Casa foi aprovado um Projeto de Lei
em 1997 que trata da divulgação de dados de crianças desaparecidas, através do
Diário Oficial do Município de Porto Alegre. Como bem coloca o nosso Ver. João
Antônio Dib, aqui nesta Casa, muitas leis existem e se faz necessário o seu
cumprimento. É uma questão ligada, também, à criança e ao adolescente, à qual
temos de dar a devida atenção e trabalhar em cima para que seja cumprida essa
Lei que foi aprovada na Casa. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz solicita Licença
para Tratamento de Saúde no período de 24 a 28 de junho.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento de licença do Ver. João Bosco Vaz, e dada posse ao
Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, três
vezes estive nesta tribuna para falar da decepção que me trouxe S. Ex.ª o Sr.
Prefeito João Verle por atos que ele tomou e por medidas que deixou de tomar.
Hoje eu venho a esta tribuna para saudar o Prefeito João Verle, que respeitou a
Legislação. No Diário Oficial de hoje veio o seu Decreto de Emergência para a
cidade de Porto Alegre. Decreto que a qualquer momento poderá ser tornado sem
efeito, uma vez que as coisas melhorem, e, graças a Deus, melhoram. O Decreto
do Ver. João Verle mostra que nos últimos dez anos o Prefeito Tarso Genro, o
Prefeito Raul Pont e o Prefeito Tarso Genro, outra vez, foram responsáveis por
medidas absolutamente ilegais, absolutamente desrespeitosas, especialmente com
este Legislativo, que até fez Projeto de Lei e aprovou com urgência criando
cargos, e eles fizeram cartas-contrato. O Prefeito Tarso e o Prefeito Raul
faziam isso amparados na Lei n.º 8.666, que é a Lei de Licitações, que diz que,
em casos de emergência ou calamidade pública, se podem fazer contratações por
tempo; no caso da Lei n.º 8.666, por cento e oitenta dias, improrrogáveis.
Claro que ambos os Prefeitos prorrogaram as cartas-contrato, duas vezes
ilegais; primeiro, porque não houve decreto de emergência.
A
Prefeitura de Porto Alegre não é diferente das outras Prefeituras do Rio Grande
do Sul, e houve, em certo momento, quase duzentas Prefeituras com decretação de
emergência. O decreto de emergência não é, pura e simplesmente, um decreto que
o Prefeito faz a seu bel prazer, como fizeram decretos mandando cortar
figueiras. O decreto de emergência é fiscalizado pelo Governo do Estado, pela
equipe que o Governo mantém, por isso vai a cada cidade ver se realmente cabe o
decreto, porque aí o administrador pode usar os recursos de forma diversa.
Então, se faz o decreto de emergência, que é fiscalizado; mas, em dez anos, os
dois Prefeitos, o Raul Jorge e o Tarso Fernando, não respeitaram a Lei que
juraram cumprir.
Mas,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se hoje estou saudando o Prefeito, eu não
posso fazer o mesmo com os meus companheiros do Legislativo. Há cinqüenta dias,
pedi, através de um Requerimento, a constituição de uma Comissão Especial para
analisar os dois Projetos sobre a Previdência que o Prefeito enviou para esta
Casa. Só no Projeto dos comerciários levou-se quase um mês para a votação da
abertura ou não do comércio aos domingos. Quase um mês, horas, horas e horas.
Mas, há cinqüenta dias, e já com parecer favorável das Comissões, está para ser
votada a solicitação de Comissão Especial para análise dos Projetos da
Previdência.
A
Previdência é algo muito importante na vida dos municipários e do Município. E
nós não fizemos nada ainda. Dia 11 de setembro é uma data fatal, e o Prefeito,
atendendo aos interesses da Cidade, sem dúvida nenhuma, traz um Requerimento de
aplicação do art. 95 da Lei Orgânica - o que é absolutamente correto - e nos dá
quarenta e cinco dias para análise. Depois, os Projetos entram na Ordem do Dia
e tudo o mais pára, “tudo quanto a antiga musa canta, cessa”.
O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Dib, V. Ex.ª está balizando um debate muito importante
para os servidores. Efetivamente, nós não podemos aprovar ou deixar de aprovar
esse Projeto sem um amplo debate com todos os organismos dos funcionários da
Prefeitura. É uma faculdade do Sr. Prefeito. Acho que teremos que instituir a
Comissão Conjunta, e, evidentemente, teremos que trabalhar, porque o prazo se
suspende no recesso, mas, quando recomeçarem os trabalhos desta Casa, ainda
será muito curto.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Correta a colocação de V. Ex.ª, mas, como
já disse, há cinqüenta dias está na Ordem do Dia para ser votado um
Requerimento pedindo uma Comissão Especial, na qual todos os servidores teriam
a oportunidade de falar. Na Comissão Conjunta não haverá essa oportunidade,
pois ela tem dificuldades. Portanto, saudei o Prefeito, mas não posso fazer o
mesmo com a Casa do Povo de Porto Alegre, neste momento, ainda que os méritos
da Casa sejam, sem dúvida nenhuma, bastante suficientes para serem ressaltados.
Hoje fico na crítica apenas. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra,
em Comunicações, falando no tempo do Ver. João Bosco Vaz.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, aqui está a manchete do Diário
Gaúcho de hoje: “Violência e medo rondam as salas de aula. Ir à escola
virou dor de cabeça para professores e estudantes.” Esta é a matéria de capa.
Na matéria interna do jornal, outra manchete: “Escola não é lugar de violência”.
E aí continua a matéria dizendo: “Recente pesquisa feita pela UNESCO,
Organizações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, mostra que a violência
nas escolas de Porto Alegre pode ser comparada aos índices de Rio de Janeiro e
São Paulo. São casos de agressões físicas, assaltos e de ameaça do tráfico de
drogas.” E ainda, referindo-se à violência, cita aquele caso que ficou famoso,
da Diretora Naureci Monteiro Larroca, que ainda se recupera de agressão sofrida
na Escola Santa Rita de Cássia, no Morro Santa Teresa, Zona Sul. A professora
foi agredida depois de um aluno ter alegado que um dos seus colegas havia
furtado o seu aparelho celular. Diz ela: “Trabalho há oito anos neste local,
temos problemas com brigas, agressões dentro da escola, entre os próprios
alunos, e nos arredores. Não temos portaria e não contamos com guarda escolar”,
relata a Diretora.
É
neste ponto que nós estamos querendo colaborar com a Administração de Porto
Alegre, no sentido de não regredir na segurança, como foi o caso do ex-Prefeito
Raul Pont. Esta matéria diz que não há guarda escolar. Pois havia guardas
escolares em Porto Alegre e, a partir da gestão do Prefeito Raul Pont, foram
retirados das escolas para que fosse instalado o alarme, que, eletronicamente,
corresponderia a uma melhor atenção de segurança. Pois não deu certo, e eu
creio que aquela nossa idéia de uso da Guarda Municipal para efeito de
segurança pública não é uma idéia vazia, que foi elaborada aleatoriamente ou de
acordo com um sonho que não pode se realizar. Essa é uma idéia fundamentada em
experiências, inclusive de outras cidades. No Rio de Janeiro, outro dia - eu
lia no Jornal do Brasil e no O Globo -, no bairro de Copacabana, por
exemplo, na lagoa Rodrigo de Freitas a segurança é feita pelos policiais militares;
no aterro do Flamengo há uma parceria: um guarda municipal e um PM. Por que não
pode haver em Porto Alegre essa parceria? Estamos com quase mil guardas
municipais, inclusive houve um concurso no fim do ano passado e foram nomeados
menos de duzentos. Por que não se nomeiam mais? Por que não se usa a Guarda
Municipal?
Os
jornais publicaram, em Porto Alegre, toda população leu, quais as linhas de
ônibus e de táxis-lotação que têm mais incidência de assaltos, inclusive aqui
perto de nós, na rua Silveiro, há uma. No morro Santa Tereza, onde este colégio
se encontra, há uma linha de táxi-lotação com grande incidência de assaltos,
então coloque-se um guarda armado ali. Pode-se alegar que o número de
brigadianos está diminuindo, e está. Em dez anos, diminuiu 20%, cerca de seis
mil brigadianos, o que é mais um motivo para se usar a Guarda Municipal. O Sr.
José Genuíno, do PT, o Sr. Mercadante, do PT, apresentaram uma proposta de
emenda à Constituição de 1988 para que os guardas municipais tenham poder de polícia.
O PT nacional tem muito mais visão, muito mais realismo do que o PT local, que
não quer. A Prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, mandou um projeto para a
criação da secretaria municipal de segurança urbana. Por que em Porto Alegre
não se usam os guardas municipais? Quer-se continuar com que, nas escolas, as
diretoras sejam agredidas por alunos, porque não há portaria e não há
guarda-escola. Regride-se em Porto Alegre. Não temos como fugir à idéia da
municipalização da segurança, que é uma questão de tempo. Mas, antes disso, as
Prefeituras podem fazer. Lá em Santo André, um daqueles envolvidos naquela
patifaria era, ou é, Secretário Municipal de Segurança. Infelizmente, ele se
meteu naquela desonestidade lá.
Temos
uma questão fixa: Porto Alegre não pode fugir ao realismo das outras cidades.
As cidades que têm Guarda Municipal a estão usando. Em São Paulo, dezenas de
Prefeituras do PT, de grandes cidades do PT, estão usando a Guarda Municipal.
Por que não se faz isso em Porto Alegre? As manchetes de hoje do Diário Gaúcho são mais eloqüentes do que
qualquer outra coisa.
Encerro, Sr. Presidente, lamentando que nós continuemos com tais notícias: “Violência e medo rondam as salas de aula.” Também lamentamos o que ocorreu ontem, ou hoje, quando balearam um soldado em Alvorada. Ele está no Pronto Socorro, e ouvi no programa do Lasier Martins que talvez ele fique paraplégico. É triste saber que a violência atinge esses índices, mas nós aqui queremos prestar uma espécie de solidariedade à família desse rapaz, que, em serviço, foi mais uma vítima da violência na Grande Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos a Subemenda n.º 01, de
Liderança, à Emenda n.º 02 ao PLCL n.º 020/01, de autoria do Ver. Raul
Carrion.
O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, a
violência das palavras do nobre Ver. Nereu D’Avila, referindo-se a alguns casos
específicos, pode passar a falsa imagem de que meramente com a Guarda Municipal
nós vamos resolver o problema da violência em nossa Cidade. Não é o que o
Vereador pensa, e eu sei o que ele pensa sobre essa questão, mas pode passá-la
a quem nos escuta.
Na
verdade, as causas profundas da violência são a absurda dívida que consome mais
da metade dos recursos orçamentários deste País e a concentração de renda. Eu,
pessoalmente, tenho a posição de que, hoje, na conjuntura em que vive o Estado
Brasileiro, e de certa parte toda a América Latina, não há mais como os
municípios se omitirem, Ver. Nereu D’Avila, já disse isso a V. Ex.ª, na questão
da segurança. Agora isso não pressupõe que, para que os municípios tenham uma
atuação de forma coordenada com o Estado e com a União, haja a necessidade, dependendo
da cidade, da formação de uma Guarda Municipal armada, porque isso pode levar a
equívocos piores em cidades onde não haja uma estrutura para isso e
principalmente em outras regiões do País, constituindo, na verdade, até
estruturas militares dos grandes coronéis, que não é o que o Ver. Nereu
D’Avila, por certo, quer para Porto Alegre. São Paulo é uma situação; Porto
Alegre é outra. Entendemos que os municípios têm de ter ações coordenadas na
segurança, mas que isso não pressupõe, obrigatoriamente, que seja por meio de
uma Secretaria.
Mas
o Ver. João Antonio Dib nos trouxe, hoje da tribuna, o principal debate que foi
realizado nesta Casa em 2001 e que, por certo, vai permear, de pano de fundo, o
debate no segundo semestre na Câmara Municipal de Porto Alegre. Estou-me
referindo ao Projeto que estabelece as regras definitivas da previdência. Todos
nós sabemos que, a partir de uma decisão do Governo Federal, por meio da Emenda
Constitucional n.º 20 e da Lei n.º 9.717/98, que regulamentou essas alterações,
todos os servidores públicos passaram, obrigatoriamente, a contribuir para a
previdência. Esta Casa fez um profícuo debate durante o ano de 2001, que foi
magnificamente ilustrado pelo parecer do Ver. João Antonio Dib, que apontou
para a previdência pública, através de uma autarquia, e, com certeza, é essa a
posição melhor para os servidores, porque é mais segura e menos onerosa. A
pessoa jurídica de direito público interno não tem nunca como falir, ela vai
sempre existir, mercê dos recursos tributários que a população amealha para o
orçamento, diferentemente de uma pessoa jurídica de direito privado, que pode
vir a falir e por qualquer motivo deixar de existir, que não tem nenhuma
possibilidade de fiscalização da Câmara Municipal, do Tribunal de Contas e, em
alguns casos, sabemos, até do Ministério Público. Sabemos, Ver. João Antonio
Dib, que esta Casa tem uma obrigação com mais de vinte e cinco mil servidores e
suas famílias, e com a própria Cidade, de votar as regras definitivas até o dia
11 de setembro. A meu juízo, de uma forma que eu não consegui compreender
ainda, a Comissão de Constituição e Justiça, num parecer que se baseou
inicialmente em observações do Procurador da Casa, que elencou treze itens, que
dizia haver ilegalidades ou inconstitucionalidades, verificamos apenas que
havia dois equívocos datilográficos em dois desses itens. Respondemos em voto
separado o Ver. Estilac Xavier e este Vereador aos demais onze itens. Não há
nenhum problema para essa proposta vir a ser votada. É anseio claro da categoria
dos servidores públicos municipais desta Cidade, seja do Poder Executivo, seja
do Poder Legislativo, que até o dia 11 de setembro, para a sua segurança, para
a segurança das relações jurídicas, essa proposta seja apreciada.
O
Chefe do Poder Executivo encaminhou, aqui, um instrumento do Ver. Ervino
Besson, que até agora não havia sido utilizado, art. 95 da Lei Orgânica do
Município, e era da sua obrigação fazê-lo. Não é o art. 81, não traz para a
Ordem do Dia, só vai trazer para a Ordem do Dia a partir do 45.º dia da sua
chegada na Casa, que foi na sexta-feira da semana que passou. Até lá, o Projeto
tramita nas Comissões. Pode ser avaliado pelos Srs. Vereadores nas Comissões,
pode receber aperfeiçoamentos por meio da negociação feita pela categoria com
os Srs. Vereadores, com o Poder Executivo, enfim, esta Casa tem uma obrigação
com a Cidade e com a categoria dos municipários de trazer segurança, de trazer
tranqüilidade jurídica para que todas essas pessoas, mais de vinte e cinco mil
servidores e suas famílias, possam ter a tranqüilidade de, quando forem para a
aposentadoria, receberem como se estivessem no trabalho ativo e também
receberem 100% das pensões, no caso dos familiares de funcionários falecidos.
Eu
concluo dizendo que a previdência pública é muito mais segura para os
servidores, menos onerosa e também menos onerosa para o Município e, por isso,
atinge o interesse comum, o interesse público. Com certeza será aprovada depois
de um grande debate, como foi em 2001, nesta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas
galerias e também pessoas que nos assistem pela TV Câmara, quero saudar todos. Não poderia deixar de registrar,
desta tribuna, o pronunciamento do Ver. Nereu D’Avila.
Fica, nesta tribuna, mais
uma vez um alerta ao nosso Secretário de Segurança José Paulo Bisol. O Secretário
de Segurança tem um mandato curto. É um cargo de confiança do nosso Governo ou
de outros governos que se passaram. Este Governo vai passar e outros virão. A
trajetória – como eu já disse – do Secretário de Segurança é curta. Portanto, o
que o Secretário de Segurança tem que fazer, Ver. João Antonio Dib? Ele tem que
reunir o Comandante da Brigada, o comandante das unidades, dos pelotões e o
comando da Polícia Civil, ouvir essas pessoas, que são profissionais na área de
segurança, e discutir com eles, no sentido de formar uma estratégia para poder
combater essa total insegurança que o nosso Estado vive no dia de hoje! Só
assim nós acreditamos que possa haver uma mudança! Caso contrário, se o
Secretário decidir, pessoalmente, todas as questões na área de segurança,
confesso, mais uma vez, que não teremos uma mudança de uma forma satisfatória
para a nossa Cidade, para o nosso Rio Grande.
Mas
eu também gostaria de falar hoje – só falei em nome da minha Bancada, do PDT,
no tempo de Liderança do PDT, do nobre Ver. Nereu D’Avila – da convenção do
Partido no último sábado. Nós temos acompanhado, na nossa história, na nossa
vida política, muitas convenções. Mas confesso a V. Ex.ªs que essa
de sábado foi uma convenção que encheu os olhos de muita gente que estava
presente. Vimos a alegria estampada no rosto das pessoas; ao ouvirmos os
discursos, também percebemos a alegria de cada cidadão e de cada cidadã que lá
estava presente. Que festa! Que festa!
Eu
me recordei, quando criança, de uma festa igual a essa, Ver. Nereu D’Avila, com
o Leonel Brizola, quando Governador do Estado, muito jovem naquela época, foi a
grande festa que aconteceu no município de Casca, onde Leonel Brizola foi e
entregou dezenas e dezenas de “brizoletas” naquela região. E nós estávamos lá.
Lembrei-me dessa festa no sábado, quando vi a grandeza da nossa convenção, a
unidade partidária. Não temos dúvidas de que a qualidade partidária que se viu
no sábado vai acontecer, porque a festa foi de marcar, mais uma vez, uma
história para a nossa Cidade, a história do trabalhismo. Refiro-me a um Partido
que, ao longo da sua história, tem marcado, tem definido a luta dos
trabalhadores, defendendo a dignidade do nosso povo, principalmente do nosso
povo sofredor. Penso que a Frente saiu fortalecida. Vimos que o nosso
candidato, José Fortunati, encheu os olhos de todos os que estavam presentes na
convenção do último sábado.
Portanto,
temos certeza, meu caro Presidente, que o PDT, a unidade partidária levará uma
mensagem, levará uma proposta ao nosso Rio Grande, ao nosso povo. E as urnas,
sem dúvida nenhuma, darão o resultado daquilo que o Rio Grande espera, da nossa
proposta, da proposta do nosso Partido Democrático Trabalhista, juntamente, é
claro, com a unidade trabalhista. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Maristela Maffei solicita Licença
para Tratamento de Saúde no dia de hoje, conforme atestado anexo.
(Obs.:
Foi apregoado o Requerimento de licença da Ver.ª Maristela Maffei, e dada posse
à Suplente, conforme consta na Ata.)
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
2057/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/02, de autoria da Verª Maria Celeste, que institui a Semana Municipal de Luta
contra a Violência e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e dá outras
providências.
2ª SESSÃO
PROC.
1965/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
revoga a Lei nº 8.470, de 21 de março de 2000, que estabelece a identificação
de raça e etnia nos dados cadastrais da Administração Municipal.
PROC.
2006/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 123/02, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que
altera o art. 9º da Lei nº 5.456, de 23 de outubro de 1984, e alterações
posteriores, que define Pontos de Estacionamento para o serviço de transporte
de passageiros em veículos de aluguel - Táxi e estabelece normas.
PROC.
2012/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 124/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Pardal um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Jardim Carvalho.
PROC.
2028/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 076/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que reserva a Avenida Clébio
Sória para promoção de eventos em comemoração à Semana Mundial do Meio
Ambiente.
PROC.
2029/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 077/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que destina Sessão Especial
alusiva à comemoração da Semana Mundial do Meio Ambiente.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
noventa e cinco projetos na Ordem do Dia e vejo o Plenário muito apático,
encolhido. Será que é o frio? Está muito frio, mas acho que deveríamos ter mais
atenção neste Plenário. Mas o nosso problema é fazer lei, lei e mais lei e, de
repente, não entendemos as leis que nós fazemos. A Ver.ª Maria Celeste quer
instituir “a Semana Municipal de Luta Contra a Violência e a Exploração Sexual
de Crianças e Adolescentes e dá outras providências”. O assunto da moda é a
exploração de crianças e adolescentes, então deve-se fazer um projeto de lei.
Aprendi, um dia, que sob emoção não se fazem leis; sob impacto de emoções não
se fazem leis. Mas vamos fazer a lei aqui, claro que será aprovada; não
deveríamos ter apenas uma semana, mas, sim, todos os dias deveríamos estar
cuidando das crianças e dos adolescentes. Mas teremos uma semana, vamos fazer
cartazes bonitos e depois vamos esquecer as crianças e os adolescentes.
O
Ver. Sebastião Melo está propondo uma lei que, se não tivesse sido feita aqui,
uma lei inútil, e que até dizem que foi aprovada por unanimidade, e não foi,
não precisaríamos da lei do Ver. Sebastião Melo, que passa a ser uma lei muito
inteligente, torna sem efeito uma lei absurda, uma lei que discrimina, que faz
uma série de coisas com raça, com religião, que não tem nada que ver, o serviço
público não tem nada com isso. São todos iguais perante a lei, por que
discriminar? Então tem que vir o Ver. Sebastião Melo para tornar sem efeito lei
de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que estabelece identificação de raça e etnia
nos dados cadastrais da Administração Municipal. Não tem sentido essa lei, não
tinha que ser feita, não precisávamos dessa lei. O mundo se divide em pessoas
corretas e pessoas não corretas; pessoas sérias e pessoas não sérias, o resto é
tudo igual, todos têm uma alma só, mas a Vereadora, que hoje é Secretária do
Governo, queria fazer discriminação das pessoas que vão lá na Prefeitura
trabalhar; não entendo por que, se são todos iguais perante a lei, se são todos
iguais perante Deus, por que discriminar na Prefeitura de Porto Alegre? O Ver.
Sebastião Melo está certo.
A
Ver.ª Clênia Maranhão quer alterações na lei que define pontos de
estacionamento para os serviços de transporte de passageiros em veículos de
aluguel, táxis, e estabelece normas.
O
Ver. João Carlos Nedel quer que seja votado, hoje - mas como eu disse, o
Plenário está muito apático –, seu Projeto também sobre táxis. Não conheço o
Projeto do Vereador, não vi, uma emenda de Liderança deve resolver o problema.
Mas um problema sério que está enfrentando, hoje, a categoria dos que
transportam individualmente - táxi - lá, no Aeroporto, é a EPTC. Como o
problema da EPTC parece ser dificultar as coisas, eles querem retirar o táxi
especial, que é uma consagração que nós temos em Porto Alegre - não só temos
isso aqui, como o resto do mundo também tem -, o táxi especial é uma coisa boa.
A EPTC está colocando uma série de dificuldades no caminho daqueles que
exploram o serviço de táxi através desse tipo de veículo; ar condicionado,
rádio, há uma série de coisas que fazem com que alguns passageiros tenham
preferência por aquele tipo de transporte, que é um pouco mais caro, mas é
muito diferenciado e as pessoas que pagam altos valores para fazer longas
viagens não vão se incomodar de pagar 3, 4, 5 reais a mais para utilizar um
táxi que lhes dê tranqüilidade, e também podem querer, na hora de serem
transportadas de sua residência para o Aeroporto, chamar aquele táxi. Mas a
Secretaria do Transporte, ou a EPTC... Não sei agora quem é que manda, no meu
tempo era a Secretaria do Transporte, agora fizeram uma EPTC para arrecadar
dinheiro de toda a sorte e não fazer nada, só para criar mais problemas! Eu não
estou entendendo. Mas é mais um Projeto de Lei que talvez mereça uma emenda
nossa.
E
quanto à Rua do Pardal, do Ver. João Carlos Nedel, é bom que não entendam
pardal como aquele “pardal” faturador - que fala aqui o Ver. Fernando Záchia -,
aquele que só arranca dinheiro dos munícipes, e sim o pardal que terminou com o
tico-tico. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir a Pauta. Ausente no momento. O Ver. Ervino Besson está com a
palavra para discutir a Pauta. Ausente no momento. O Ver. Zé Valdir está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Projeto de Lei, aliás a Lei aprovada por esta
Casa, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que o Ver. Sebastião Melo quer revogar
por intermédio do Projeto de Lei em Pauta no dia de hoje, é um tema polêmico,
porém, sem dúvida, a Vereadora, quando propôs a esta Casa o Projeto de Lei e
esta Casa aprovou, de maneira alguma queria fazer, não quer e não faz
discriminação. Não é isso. Em segundo lugar, certamente a Ver.ª Helena Bonumá,
quando apresentou o Projeto, não o tirou apenas da sua cabeça, certamente o
Projeto foi uma construção coletiva, junto com vários segmentos da sociedade,
inclusive e principalmente do Movimento Negro.
A
Lei, a qual foi aprovada na Câmara, tem dois sentidos: educativo e
instrumental. O sentido educativo que tem essa Lei, em primeiro lugar, é para a
sociedade, porque ao colocar e ao obrigar a colocar, explicitamente, a etnia e
a raça nos documentos, nas pesquisas, enfim, da Prefeitura, faz com que ela
desnude a realidade que, hipocritamente, muitas vezes, se quer encobrir, que é
a realidade do negro nesta Cidade, neste País, etc. Em segundo lugar, tem o
objetivo educativo para o próprio segmento negro, no sentido de que o próprio
negro assuma e declare a sua auto-estima, e valorize isso. Porque esse é um
elemento importante quando nós queremos combater o racismo, a questão da
auto-estima; porque toda a nossa sociedade trabalha com a idéia de que o negro
é feio, inclusive trabalha com os estigmas da cor, geralmente associa a cor
preta a coisas ruins. E nós, que somos educadores, professores, sabemos o
quanto isso pesa, por exemplo, na criança, no adolescente negro, a questão da
auto-estima. Então, esse Projeto, ao reforçar e ao dizer não, tem de colocar
isso, como nós colocamos, por exemplo, a informação sobre a questão de gênero,
então, isso tem um aspecto educativo para a sociedade e para o próprio segmento
negro.
Em
segundo lugar, essa Lei tem o sentido instrumental, porque ela visa a,
preliminarmente, constituir um banco de dados; dados que muitas vezes a
sociedade sonega e que nós não temos sobre a realidade do negro. Esse banco de
dados também serve para subsidiar as políticas sobre o negro. Então, com
relação a essa Lei não podemos fazer aqui um raciocínio simplista. Até porque,
Ver. João Antonio Dib, eu acho que, sim, em relação àqueles setores que são
discriminados, nós temos de ter políticas afirmativas de discriminação
positiva. Nós não podemos simplesmente vir com esse axioma de tratar igualmente
os desiguais. Muitas vezes nós temos de alcançar melhores condições,
discriminar positivamente aqueles que são discriminados para que eles possam
acessar com igualdade os direitos que lhes são negados. Então, eu acho que nós
temos de fazer, sim, se nós queremos combater e resgatar uma dívida histórica
neste Brasil em relação à mulher, em relação ao negro, nós temos de fazer uma
discriminação positiva. Então, essa Lei não pode ser tratada com esta
veleidade, com esse simplismo, com esse discurso fácil que, muitas vezes, este
Projeto de Lei engendra. Eu acho que é uma questão polêmica e temos de debater
com profundidade, não podemos vir a esta tribuna e simplesmente assacar sobre a
Lei os conceitos fáceis, o simplismo; e, sim, fazer um debate muito profundo de
uma questão que é crucial hoje, e que é uma dívida histórica que este País tem
em relação ao negro. Esse Projeto visa exatamente a criar condições para que
essa realidade se torne translúcida e para que possamos melhor enfrentá-la
através de políticas públicas. É uma Lei que é um instrumento para que possamos
melhor efetivar essas políticas públicas de combate ao racismo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra
para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para
discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, cometemos um equívoco, quando aprovamos o Projeto da Vereadora
Helena Bonumá. E ela também não teve a intenção, evidentemente, de fazer uma
proposição que, se bem analisada, fere o princípio constitucional da igualdade
e, mais do que isso, aponta de forma discriminatória. É uma lei que passou com
o condão do silêncio nesta Casa e que terminou se aprovando, mas que,
efetivamente, não propõe a melhor forma de estabelecer as relações que se dão
no seio da sociedade, mormente nessa questão ligada às etnias, às raças. É um
fator, inquestionavelmente, de discriminação. E por isso há uma grita na medida
em que tomaram conhecimento do Projeto grandes setores da opinião pública, que
passaram a reagir, e isso refletiu na iniciativa do Ver. Sebastião Melo, no
sentido de revogar. Trata-se, inquestionavelmente, de uma proposição que fere o
princípio constitucional da igualdade de todos perante a lei. Imaginem ter de
colocar dados, junto aos órgãos municipais, dizendo que a pessoa é da raça
negra, que a pessoa é da raça amarela, que a pessoa é da raça branca, não
importa. Acho que isso aí, efetivamente, é um ferimento, Ver. Zé Valdir,
reflita. E não foi intenção da Ver.ª Helena Bonumá fazer discriminação, ferir
princípios. Não tenho dúvidas de que a Ver.ª Helena Bonumá fez a proposição na
melhor das intenções. Porém, no concreto, a lei hoje estabelece um preconceito,
sendo uma exigência que revela uma certa inquisitividade, buscando nos
recônditos da própria privacidade algo com o qual – na minha opinião – não deve
ser feito proselitismo. Todos são iguais perante a lei, independentemente das
suas origens: das suas origens econômicas, das suas origens étnicas. Não
importa fornecer dados para que sejam do domínio da autoridade, seja essa de
que categoria for.
Portanto,
essa matéria de autoria do Ver. Sebastião Melo é muito importante no sentido de
revogarmos esse cochilo. É bom que nós façamos aqui a autocrítica em permitir
que uma matéria dessa natureza tenha tido a aprovação aqui na Casa, de fazer-se
constar de bancos de dados, etc. e tal, da origem, da etnia, enfim, da raça,
disso, daquilo, daquele outro.
Eu
acho que não se ajusta à melhor forma de desenvolvermos a harmonia, a
solidariedade, que devem haver no seio da sociedade. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir a Pauta. Desiste.O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para
discutir a Pauta. Desiste. A Ver.ª Berna Menezes está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. BERNA MENEZES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje
nós temos em Pauta vários projetos, e eu gostaria de destacar, ainda mais por
descendente e filha que sou da Amazônia, um importante Projeto de Resolução, de
autoria do Ver. Beto Moesch, que destina uma Sessão Especial alusiva à
comemoração da Semana Mundial do Meio Ambiente. Eu queria destacar esse Projeto
pela importância que ele tem, ainda mais no momento em que nós vivemos, em que
o processo de globalização coloca o homem e a natureza em segundo plano, em que
duzentas empresas dominam quase a metade do mercado mundial, em que, simplesmente,
um continente inteiro foi excluído desse mercado mundial, e em que a natureza,
cada vez mais, está sendo destruída junto com o homem, em nível internacional.
Eu
queria destacar esse Projeto, por quê? Porque, neste mês que passou -
infelizmente, no nosso País, que detém a maior floresta em nível internacional,
que é conhecida como o “pulmão do mundo”, é muito importante que não que se
comemore a Semana do Meio Ambiente, mas que se chame a atenção da população e
da juventude para os perigos que corre o nosso Planeta -, o Governo Fernando
Henrique assinou um acordo, com o Governo dos Estados Unidos, pelo qual os
Estados Unidos passam a deter o controle da Base de Alcântara, uma base que,
segundo o Governo norte-americano, vai ser uma base de pesquisas, e não
militar. Mas nenhum dos contêineres - isso está contido no acordo - que chegam
à Base de Alcântara, o Governo Brasileiro, o Exército Brasileiro, a Alfândega
Brasileira têm o direito de abrir. A Alfândega tem de confiar no Governo
norte-americano que a listagem de materiais, que está anexada à documentação
desses contêineres, é o seu conteúdo de fato. Então, nós não temos nenhum
controle sobre o que está entrando na Base de Alcântara, nós já perdemos o
controle do que está acontecendo ali. Hoje, neste momento, no Rio de Janeiro,
está havendo um ato contra essa atitude do nosso Governo que, infelizmente,
abre a possibilidade para que o Governo norte-americano estabeleça uma base no
território nacional.
Essa
é uma política que, nós sabemos, o Governo dos Estados Unidos está tentando
implantar na América Latina. Já conseguiu colocar a base de militares no
Equador; mesmo tendo saído do Panamá, mantém bases militares no Panamá; tem
assessores militares na Colômbia. E o nosso Governo permite a sua entrada na
Base de Alcântara, que é uma região muito estratégica no sentido do controle da
Amazônia.
Nesse
sentido é importante a iniciativa do Ver. Beto Moesch para que a gente chame a
atenção da população e da juventude.
Outros
acordos importantes, que, a partir de janeiro de 2005, começarão a vigorar, e
que vão contra qualquer tentativa de proteger o meio ambiente, são os acordos
da ALCA. Para os Vereadores aqui presentes que ainda não tomaram conhecimento,
a fundo, do conteúdo desses acordos, já que só recentemente o Parlamento
Brasileiro teve acesso ao conteúdo deles, parte deles permite que um país,
mesmo sendo afetado seu meio ambiente, não se possa valer nem das suas próprias
leis, mesmo dentro da própria Constituição, para garantir o seu meio ambiente.
Caso alguma empresa venha a danificar o meio ambiente de um país, ela terá o
direito, pelos acordos da ALCA, de processar o país, se não estiver obtendo os
lucros necessários garantidos pelo acordo.
É
muito louvável a iniciava do Vereador, porque, garantindo a nossa soberania,
nós temos que fazer uma batalha junto à população, junto a nossa juventude,
para que esses acordos que estão sendo avalizados pelo nosso Governo não sigam
adiante. Contra o acordo da ALCA e contra a entrega da Base de Alcântara ao
Governo Norte-Americano! Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Srs. Vereadores, está encerrado o
período de Pauta.
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, o assunto que tem ocupado e, por assim dizer, abalado profundamente
a sociedade brasileira está inquestionavelmente ligado à violência, Ver. João
Antonio Dib. Ouvi no noticiário que, na manhã de segunda-feira ou ontem à noite,
dispararam, se não me engano, cem tiros de fuzil contra o prédio da Prefeitura
do Rio de Janeiro, e foi encontrado material explosivo, etc. e tal. Então, nós
vivemos realmente uma situação em que a sociedade está sendo imolada e tem-se
mostrado sem forças para resistir aos atentados, com dimensões as mais
diferentes, que estão permanentemente imolando seres humanos. É a grande
questão no País hoje. Nós temos “n” problemas, é verdade, mas a questão da
segurança ocupa a pauta, é o assunto. A sociedade, eu diria até o Estado,
mostra-se frágil diante da ação da delinqüência. Já se admite, no Rio de
Janeiro, um Estado paralelo.
Ora,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vejam o que aconteceu com o Jornalista Tim,
que foi julgado - vejam bem, o jornalista da Globo foi julgado - e
posteriormente executado, em nome de uma ordem, em nome de um poder. O Estado e
a sociedade cheios de preliminares, porque “isso não pode, aquilo não pode, a
lei é assim”. Eu dizia ao Ver. Pedro Américo Leal, hoje, que temos de encontrar
uma forma de legítima defesa, de reação à ação da delinqüência. Dizia - e vou
defender essa tese, esse ponto de vista - que o crime hediondo deve ser
enquadrado como crime de guerra. Crime hediondo tem de ser enquadrado como
crime de guerra e, como tal, deve ser punido, porque a sociedade não suporta
mais a violência. Estão imolando, dia-a-dia, chefes de família, crianças órfãs,
e continuam. E o que a sociedade está fazendo? O que o Estado está fazendo?
Então, esse Estado não pode ficar aí de mãos atadas diante da violência que se
lhe impõem.
Os
traficantes, no Rio de Janeiro, seqüestraram, julgaram – Vejam bem! - e
executaram o jornalista Tim. Por quê? Por que ele contrariava os interesses
econômicos do tóxico, da droga; por isso foi executado. E o Estado está aí -
falo do Estado instituição -, de mãos atadas, sem força de reação. Então, temos
de desencadear o grande movimento que a sociedade está pedindo. O crime
hediondo tem de ser considerado crime de guerra, e, como tal, procedido. Não
temos outra saída, outra solução, ou vamos continuar vendo as pessoas tombarem.
Encerro minha manifestação para dizer que algo tem de ser feito, porque o
Estado é frágil, e a sociedade reclama por uma solução. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação a Licença para Tratamento de
Saúde da Ver.ª Clênia Maranhão, no dia 19 de junho. A Vereadora já cumpriu esta
licença e em seu lugar assumiu o Ver. Antônio Augusto Bernd. Como foi um pedido
feito pela Mesa Diretora, temos de ter a aprovação do Plenário. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Havendo
quórum, passamos à
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Sr. Presidente, conversamos com as
diferentes Lideranças e queremos apresentar a seguinte proposta para a Ordem do
Dia: primeiro, dois Requerimentos: Requerimento n.º 66, de autoria do Ver. João
Antonio Dib e Requerimento n.º 119, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro; depois,
PELO n.º 006/00, PELO n.º 008/01, PLL n.º 038/99, PLL n.º 144/00, PLL n.º
033/01, PLE n.º 014/01, PLL n.º 190/01, PLL n.º 014/02, PLL n.º 029/02, PLE n.º
016/02, PLL n.º 036/02, PLE n.º 021/02, PLL n.º 060/02, PR n.º 070/02 e PLCL
n.º 004/02.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Antonio Hohlfeldt. (Pausa.) Os
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passo
a presidência dos trabalhos ao Ver. João Carlos Nedel.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para um Requerimento.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Quero aditar, dentre os Requerimentos, um
que tem como primeiro requerente o Ver. Ervino Besson, como segundo requerente
este Vereador e o Ver. Nereu D’Avila, que hipoteca solidariedade aos
Jornalistas Marcelo Rech e José Barrionuevo. Porque é Requerimento que perde a
atualidade, e esta Casa tem de estar inserida na realidade do quotidiano da
Cidade e do Estado.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Há um novo Requerimento do Ver. Isaac
Ainhorn.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h13min.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às
17h14min): Estão
reabertos os trabalhos.
A
ordem é a seguinte: Requerimentos n.º 66, 119 e 114 depois dos Projetos. Há uma
proposta para que seja incluído no final dos Projetos. Após os Projetos, volta
a esse Requerimento.
(Obs.: Foram aprovados os Requerimentos, conforme consta na Ata.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
1962/00 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 006/00, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que
inclui parágrafo único no artigo 75 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre. (matéria ECA/CMDCA)
Parecer:
- da Comissão Especial: Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do
Projeto.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 130 do Regimento da CMPA;
-
discutiram a matéria, em 25-02-02, os Vereadores H.Bonumá, J.A.Dib, S.Cavedon,
E.Guimarães, M.Danéris, J.Pinheiro, L.Braz, E.Xavier;
-
adiada a discussão por duas Sessões;
-
discutiram a matéria, em 05-06-02, os Vereadores A.Oliboni (cedeu p/S.Cavedon),
M.Celeste, C.Sebenelo, M.Maffei, P.A.Leal (cedeu p/J.A.Dib).
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão, 2.ª Sessão, o PELO n.º
006/00. (Pausa.) Encerrada a discussão.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Requerimento...
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O seu Requerimento foi incluído logo após
os Projetos.
O SR. ISAAC AINHORN: Não, não foi esse o meu Requerimento.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Foi o que foi aprovado, ilustre Vereador.
Estamos em processo de votação.
O SR. ISAAC AINHORN: Então, vou aguardar a votação desse
Projeto.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
3838/01 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 008/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
inclui parágrafo no art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.
(carta-contrato)
Parecer:
- da Comissão
Especial: Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
discussão geral nos termos do art. 130 do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PELO n.º 008/01. (Pausa.)
Encerrada a discussão.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, eu havia feito um
aditamento para se votar o Requerimento de moção de solidariedade, de autoria
do Ver. Ervino Besson, aos Jornalistas Marcelo Rech e José Barrionuevo, do
jornal Zero Hora, junto com o
aditamento aos Requerimentos. V. Ex.ª pode consultar as notas taquigráficas.
Não depois dos Projetos. Depois dos Projetos era a proposta petista, porque se
sabe que não se chegará ao final dos Projetos, porque há projetos polêmicos.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Vereador, esta Presidência entendeu que
seria após os Projetos, porque já estava aprovado o primeiro Requerimento.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Não, não estava aprovado, tanto é que eu
formulei o aditamento. Mas que não seja por outra coisa. Eu requeiro que se
votem imediatamente esses Requerimentos, Vereador - e cabe.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Vereador, nós já aprovamos. Estamos
acelerando o processo de votação justamente para lhe atender, com muita honra,
Vereador.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, eu requeiro a alteração
da Ordem do Dia, e pode-se dar tantos pedidos quantos forem formulados por
Vereadores. Neste momento, eu estou solicitando que o Requerimento de autoria
do Ver. Ervino Besson em solidariedade aos Jornalistas José Barrionuevo e
Marcelo Rech, em defesa da liberdade de imprensa, seja votado prioritariamente.
Esse é o Requerimento formulado à Mesa.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, eu
lastimo ter de fazer essa intervenção, mas aconteceu com a nossa Bancada o fato
de nós pedirmos uma verificação de quórum numa votação de projetos e, sob a
alegação do Ver. Isaac Ainhorn de que já havia sido apreciado e que já
estávamos em outro projeto, foi-nos impossibilitado. A Bancada do Partido dos
Trabalhadores sequer fez um recurso para que essa decisão da Presidência fosse
alterada. Então, eu requeiro, como V. Ex.ª bem tem conduzido os trabalhos, a
mesma apreciação da matéria, ou seja, o Presidente foi absolutamente claro na
ordem em que seriam votadas as proposições e a proposta do Ver. Isaac Ainhorn,
neste momento, está prejudicada. Eu uso o próprio argumento do Ver. Isaac
Ainhorn, que entendeu prejudicado, naquele momento, o nosso pedido de
verificação de quórum. Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Eu faço um apelo ao Ver. Isaac Ainhorn,
porque nós estamos acelerando o máximo possível.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, eu estou mais preocupado
com o conteúdo político e ético desta Casa. Vou apelar a V. Ex.ª que coloque em
votação o meu Requerimento, que tem prioridade. Se for derrotado, eu me
submeterei soberanamente à decisão da maioria de não votar o Requerimento em
solidariedade aos Jornalistas José Barrionuevo e Marcelo Rech, de autoria do
Ver. Ervino Besson como primeiro requerente.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A sua proposta é que seja votado agora,
se não for votado agora, que não se vote hoje. É isso? Se não for votado agora,
fica suspensa a outra ordem após os Projetos?
O SR. ISAAC AINHORN: Que se vote agora.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Muito bem, não há outra forma senão
colocar em votação.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, se a
lógica do Ver. Isaac Ainhorn sobre o Requerimento estiver correta, que do nosso
ponto de vista não está, significa que, logo após a votação do Requerimento do
Ver. Isaac Ainhorn, eu farei outro Requerimento, e ele depois de mim, e eu
depois dele, sempre sobre a Ordem do Dia. Então, fica prejudicado, quando há
votação sobre a Ordem do Dia, e já foi feita e votada por unanimidade, que, a
cada momento seja feito um outro Requerimento sobre o mesmo assunto e novamente
sendo colocado em votação. Isso prejudica os próprios trabalhos da Casa, sempre
que tiver votação na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Perfeitamente. Esta Presidência entende
que pode ser colocado em votação neste momento.
Eu
peço compreensão para nós colocarmos em votação, para atender o Requerimento do
Ver. Isaac Ainhorn, porque há o direito do Vereador.
Em
votação o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.)
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver. Isaac
Ainhorn.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores. A população de Porto Alegre, que nos assiste na TV Câmara, é importante que saiba que as
Sessões começam às 14h. Às 14h, não às 17h! Nós fizemos aqui um importante
debate sobre o Projeto da Carris, com um Plenário quase vazio. Tivemos
importantes debates políticos, com um Plenário “meia-boca”, vamos falar
linguagem que o povo entende!
Nós
temos contribuído com a nossa presença significativa em todos os momentos das
Sessões neste ano. No entanto, esta Câmara, por parte de alguns poucos
Vereadores, tem, sistematicamente, tentado atrasar toda e qualquer votação de
conteúdo! Agora, chega o Vereador, que não estava no Plenário, faz quatro ou
cinco intervenções, para fazer platéia, para fazer disputa, para colocar “saia
justa”! Não é assim que nós vamos conseguir fazer com que a Câmara Municipal de
Porto Alegre discuta uma penca de Projetos importantes que estão na Ordem do
Dia! Projetos não apenas do Executivo, Projetos de vários Vereadores! Nós não
concordamos com esse processo de tumultuar as Sessões na semana em que nós
devemos encerrar o primeiro semestre legislativo! Nós não concordamos!
Há
quinze dias, eu fiz uma modesta intervenção sugerindo, inclusive, que se
fizessem Sessões Extraordinárias, por exemplo, nas quintas-feiras, para
adiantar projetos. Nós queremos votar absolutamente todos os requerimentos. O
Vereador apresenta hoje o Requerimento, só que este Vereador tem um Requerimento
de moção acerca das demissões na VARIG, há quatro meses. E era uma questão
importante e continua sendo uma questão importante a demissão na VARIG; no
entanto, o Ver. Adeli Sell, como outros Vereadores que têm vários e vários
requerimentos, não consegue votar. Mas chega um Vereador aqui, sempre dono da
razão, e quer impor a sua lógica. Pois, os problemas da Cidade são muitos. O
Vereador tem razão em apresentar a sua visão, mas nós, os outros trinta e dois
Vereadores, também temos o direito de apresentar o que nós achamos que seja a
pauta política do dia, a pauta política da semana, a votação de importantes
projetos. A Câmara nunca funcionou tão mal como neste semestre, nunca! Nós
votávamos com agilidade, tínhamos mais acordo entre as Lideranças; tínhamos
mais presença em Plenário, e não havia essa perturbação como está havendo
agora.
Eu
sei que o Vereador não marcou o meu tempo, e eu termino aqui, porque eu quero
ser elegante, como sempre fui com esta Casa, e não quero tumultuar nenhum
trabalho. Agora, há dias que precisamos falar mais alto, porque alguns são
mudos dentro desta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação, nominal, por solicitação do
Ver. Juarez Pinheiro, o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn. (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 11 votos SIM, 09 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de requerer,
para colocar em votação, neste mesmo momento, uma ordem de projetos
anteriormente apresentada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, mais o Requerimento n.º
88/02. Esse é o nosso Requerimento para votação neste Plenário.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Lamento a posição dos Srs. Vereadores.
Tínhamos uma ordem orientada e vejam no que foi transformada.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, existe uma deliberação.
Sr. Presidente, depois que V. Ex.ª conversar com o douto Ver. Juarez Pinheiro,
gostaria que ouvisse este Vereador. Posso falar agora, Presidente?
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Eu o estou ouvindo, Vereador.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de requerer a
ouvida da Procuradoria da Casa, uma vez que há um Requerimento recém aprovado
de alteração, e sobre esse Requerimento, ele deve ser votado, que é o
Requerimento de autoria do Ver. Ervino Besson de solidariedade aos Jornalistas
José Barrionuevo e Marcelo Rech.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h31min.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às
17h35min): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro, com o
compromisso expresso da Bancada do PT e do PC do B, a manutenção da ordem
anterior, desde que, na Ordem do Dia de quarta-feira, votemos em primeiro lugar
os Requerimentos, e, dentre os Requerimentos, o Requerimento de autoria do Ver.
Ervino Besson, deste Vereador e do Ver. Nereu D’Avila, de solidariedade aos
Jornalistas Marcelo Rech e José Barrionuevo, que já está há várias semanas
pendente de votação. Eu solicito que V. Ex.ª reconsidere e retome a condição
anterior, fazendo uma votação rápida e simbólica. Gostaria de ouvir a
manifestação do Líder da bancada petista.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Temos acordo. Retiro o meu Requerimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Como já foi votado o Requerimento, deve
ser votado este novo Requerimento. A partir daí, como já houve consenso, pode
ser uma votação simbólica. Temos de votar o Requerimento do Ver. Marcelo
Danéris.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Requerimento é voltar à ordem anterior,
incluindo o PLL n.º 107/02.
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
A
Ver.ª Sofia Cavedon e o Ver. Estilac Xavier solicitam Licença para Tratar de
Interesses Particulares na data de hoje, 24 de junho de 2002.
(Obs.: Foi aprovado o
Requerimento de licença dos Vereadores Sofia Cavedon e Estilac Xavier, e dada
posse aos Suplentes, conforme consta na Ata.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1355/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/99, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe
sobre a promoção de passeios turístico-culturais gratuitos a maiores de 65
(sessenta e cinco) anos. Com Emenda nº
01.
Pareceres:
- da CEFOR.
Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;
- da CECE.
Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;
- da COSMAM.
Relator Ver. Dr. Goulart: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.
Observação:
-
por resultar empatado, deixa de constar o Parecer da CCJ, nos termos do art.
54, § 1º, do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel):
Em discussão o PLL n.º 038/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver.
João Antonio Dib.
Em discussão a Emenda n.º
01 ao PLL n.º 038/99. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. APROVADA, com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1975/00 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/00, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
denomina Largo do Trabalhador Ferroviário o logradouro público localizado na
Av. Amynthas Jacques de Moraes, no final da confluência das Avenidas Palmira
Gobbi e José Aloísio Filho, no Bairro Humaitá.
Pareceres:
- da CUTHAB.
Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela rejeição do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela rejeição do Projeto.
Observação:
-
por resultar empatado, deixa de constar o Parecer da CCJ, nos termos do art.
54, § 1º, do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel):
Em discussão o PLL n.º 144/00. (Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Por que a matéria não tem Parecer da
Comissão de Constituição e Justiça?
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Por resultar empatada.
O SR. REGINALDO PUJOL: Está esclarecido aqui embaixo.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão o PLL n.º 144/00. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
com o voto contrário do Ver. Pedro Américo Leal.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0963/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 033/01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
altera o § 3º do art. 1º da Lei nº 6.892,
de 12 de setembro de 1991, que acrescenta § 3º ao art. 2º da Lei nº
5.456/84, que define pontos de estacionamento para o serviço de transporte de
passageiros em veículos de aluguel-táxi e estabelece normas. Com Emenda nº 02.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. José Fortunati: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;
- da CEDECONDH.
Relatora Verª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº
01.
Observação:
-
retirada a Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLL n.º 033/01. (Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu ia solicitar a V. Ex.ª, não é um
Requerimento no sentido formal, que o Ver. João Carlos Nedel fosse à tribuna,
como autor, e explicasse o Projeto para que nós pudéssemos votar com
tranqüilidade.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Perfeito, Vereador. O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra para discutir o PLL n.º 033/01.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores. Este Projeto foi elaborado a pedido dos taxistas e
também com a concordância específica dos hoteleiros do Centro da Capital, que
pedem que em cada hotel seja transformado o ponto de táxi em ponto fixo, para
que fique um maior relacionamento entre os taxistas e os donos dos hotéis.
Porque um dos grandes problemas que temos em nossa Capital é que os hóspedes
dos hotéis às vezes esquecem algum documento, algum material nos táxis, e como
ocorre agora, que é ponto livre, não têm a quem reclamar. Então, a pedido dos
próprios hoteleiros, dos próprios taxistas, serão colocados pontos fixos nos
hotéis. Evidentemente, há um ou outro hotel que não permite, devido ao espaço
da rua, devido ao imenso trânsito, ou à largura da própria rua, que haja ponto
naquele local. Então, eu coloquei uma emenda, que foi feita a pedido do Sr.
Diretor da EPTC, que, em alguns casos, a EPTC resolva o problema burocrático.
Então, é uma lei adequada para a Cidade, a pedido dos taxistas e a pedido dos
proprietários dos hotéis. Isso irá fortalecer ainda mais o turismo em nossa
Capital. Então, peço aos Srs. Vereadores que aprovem esse pedido, que é um
consenso em nossa Capital. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para discutir o PLL n.º 033/01.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, providencial a medida tomada pelo Ver. João Carlos Nedel, porque é
de se pensar: quem são os motoristas? O turista chega em Porto Alegre e não
sabe em quem confiar. Ali está uma equipe pré-determinada de taxistas que serve
determinado hotel, e não só os funcionários do hotel podem identificar os
motoristas, mas os taxistas que acorrem ali para servir o hóspede, como também
qualquer responsabilidade pode ser apurada. Acho providencial. Meus parabéns,
Ver. João Carlos Nedel, é de uma simplicidade significante o seu Projeto, traz
uma essência de praticabilidade notável.
Vim
à tribuna e, em geral, não venho à tribuna para examinar projeto dos meus
colegas; voto, e o meu voto já é o exame. Mas V. Ex.ª me arrebatou. V. Ex.ª fez
de uma coisa simples uma coisa importante. Meus parabéns. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PLL n.º 033/01.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, a iniciativa do Ver. João Carlos Nedel,
evidentemente, vem de bases dos Sindicato - conforme informou S. Ex.ª –, e, de
resto, dos interesses ligados ao sistema de hotelaria.
Eu
devo dizer que se trata de matéria, Ver. Pedro Américo Leal, de grande
turbulência, por assim dizer, no sistema de táxi em Porto Alegre.
Nós temos em Porto Alegre pontos fixos e pontos livres. É
evidente que aqueles taxistas que detêm os pontos fixos possuem uma situação
relativamente cômoda. Mas os que não detêm, esses, sempre, ao longo do tempo,
se dizem discriminados por não terem o referido ponto fixo. O ponto é fixo
quando existem veículos ali estacionados, na medida em que não existem veículos
no ponto fixo, Ver. Pedro Américo Leal, é permitido, em decorrência de toda uma
normatização e de um costume, que qualquer taxista possa chegar, pegar ou levar
passageiro para o hotel.
Nós
temos a seguinte situação: o taxista poderá levar ao hotel, até porque a
pessoa, na rua, pega o táxi e solicita que a leve ao hotel tal. Então ele é
transportado ao hotel tal. E se, no momento, não houver táxi no ponto ou, no
caso, no hotel, outro táxi pode ali chegar e fazer a condução do passageiro.
Então,
é uma matéria realmente discutível, polêmica, mas não é uma iniciativa do Ver.
João Carlos Nedel, tem alguma base de parte dos taxistas. Eu posso assegurar
que é matéria polêmica e ainda dizia ao Ver. Antonio Hohlfeldt - fomos
Secretários dos Transportes e convivemos com esses problemas todos -: “Não te
admira se ligeirinho as galerias estiverem lotadas aí, nos pressionando para
saber qual vai ser o critério para se colocarem ali os taxistas, etc.”
Então,
é uma matéria que deixa uma margem à regulamentação, porque terá que ser
adotado um critério para se colocarem os veículos do sistema de transporte de
táxi em Porto Alegre nos referidos pontos. Quem serão eles? Qual será o
critério adotado? Etc., etc. Então, fica aqui apenas a minha manifestação de
cautela. Quero dizer que vou votar a favor, mas quero deixar essa precaução
posta aqui, porque nós poderemos enfrentar um forte debate em torno dessa
questão. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir o PLL n.º 033/01.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tem
razão o Ver. Pedro Américo Leal quando diz que se trata de um Projeto simples,
mas de profundas repercussões.
A
simples leitura do Projeto nos dá a seguinte idéia: a vedação que hoje a Lei
estabelece... A Lei diz hoje: “Na área limitada pelos logradouros...” - e
discrimina os logradouros a partir da Avenida Mauá até a rua Cel. Vicente,
situando todo um perímetro na parte central da Cidade - “... não poderão ser
criados pontos fixos de táxis, ou transformados os livres existentes em fixos.”
Isso diz a Lei hoje.
O
que acrescenta o Ver. João Carlos Nedel? Acrescenta a expressão: “Salvo os
pontos defronte de hotéis, que serão pontos fixos.” Pressupõe-se, da leitura do
escrito pelo Ver. João Carlos Nedel, que é a base da Lei, que hoje existam
defronte aos hotéis pontos não-fixos, livres, pressupõe-se. Nesse sentido, o
alerta do Ver. Elói Guimarães, um dos tantos integrantes desta Casa que já
passou pela Secretaria Municipal de Transportes, é relevante, porque, se hoje é
livre - a própria expressão diz: “Estaciona quem quiser” -, quem pretender fica
no aguardo da possibilidade de alcançar o passageiro que se vai deslocar do
hotel para qualquer ponto da Cidade. Na medida em que ele deixa de ser livre,
vai-se estabelecer uma prerrogativa para alguns dos taxistas ali poderem
estacionar. Aí se cria uma espécie de reserva de mercado para um determinado
grupo de taxistas, no que releva a pergunta: quem serão esses taxistas? De que
forma será selecionada e assegurada essa possibilidade? Quantos, por ponto,
serão liberados? Serão meia dúzia, quatro, dois, oito, dez, porque tem...
O Sr. Elói Guimarães: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, acompanho o raciocínio lúcido de V. Ex.ª e
digo o seguinte: poderão ali ser constituídos - e como regra estão constituídos
- pontos livres aos quais acessam os quatro mil e tantos taxistas de Porto
Alegre. Na medida em que for estabelecida a limitação, é aquilo que eu disse na
minha fala: as galerias poderão ficar lotadas aqui no dia seguinte à
concretização da Lei.
O SR. REGINALDO PUJOL: Correto. Eu, Ver. Elói Guimarães, nem me
preocuparia com o problema de as galerias estarem lotadas, porque nós já
estamos acostumados a ver as galerias lotadas, ora aplaudindo as nossas
posições, ora não aceitando as nossas proposições. Isso faz parte do jogo
democrático. A galeria lotada não muda a minha posição nem a favor, nem contra.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ilustre Ver. Reginaldo Pujol, eu acho que nós temos de ter mais
detalhes, porque vai caber à Secretaria fazer a seleção de quantos carros vão
atender a determinado hotel. Penso que não temos que cogitar isso, porque acho
que os ilustres Vereadores que se estão manifestando têm muita prática, e eu
não tenho sobre esse assunto... Ele foi Secretário de Transporte, V. Ex.ª
também foi, então eu fico com cautela, apenas examinei o Projeto em si, acho
que a idéia foi muito boa. Eu, por exemplo, já entrei num táxi e deixei a
carteira, e não sabia em que táxi havia perdido a carteira.
O SR. REGINALDO PUJOL: V. Ex.ª É, como eu, a favor da existência
dos pontos fixos.
O Sr. Pedro Américo Leal: Sou.
O SR. REGINALDO PUJOL: Para que haja o “aquerenciamento” entre o
motorista e os usuários do serviço. Eu sou privilegiado, na proximidade da
minha casa há dois pontos fixos, um em cada lado da Av. Borges de Medeiros. Eu
sou a favor dos pontos fixos. Essa lei restringe os pontos fixos e faz uma
única exceção para aqueles locais dos hotéis, onde existem, hoje, pontos
livres. Porque há uma série de hotéis no Centro da Cidade onde não há ponto
livre e não há possibilidade de ter. Não é possível colocar um ponto de táxi,
por exemplo, na frente do City Hotel ou colocar um ponto no Hotel Açores.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª não acha que é isso um detalhe?
O SR. REGINALDO PUJOL: Vai ser um detalhe da conseqüência da
nossa decisão. Vereador, eu estou fazendo esses alertamentos, porque qualquer
proposta que venha do Ver. João Carlos Nedel, até pela figura do autor, tem em
mim a maior simpatia, um Vereador operoso. Estou fazendo esses alertamentos que
surgiram do debate, porque as nossas decisões têm conseqüências e V. Ex.ª me
alerta da pior de todas: tudo isso vai ser regulamentado pela EPTC e pela SMT,
e aí eu tremo todo. Porque sempre os regulamentos acabam com a eficiência.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Reginaldo Pujol, eu me inscrevo, se
V. Ex.ª necessitar de mais tempo.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu concluo, Sr. Presidente, agradeço a V.
Ex.ª, eu não havia observado que o tempo tinha-se esgotado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para discutir o PLL n.º 033/01.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
mesma linha do Ver. Reginaldo Pujol, eu tenho para mim, Sr. Presidente, que a
matéria que enfoca nova redação à
Lei que regulamenta os estacionamentos fixos de táxi na cidade de Porto Alegre,
sobretudo na área central, que modifica o parágrafo 3.º da Lei n.º 6.892: “Na
área limitada pelos logradouros da Av. Mauá, Bento Martins, Cel. Fernando
Machado, Des. André da Rocha, João Pessoa, Rua Prof. Annes Dias, Av.
Independência e Rua. Cel. Vicente não poderão ser criados pontos fixos de
táxis, ou transformados os livres existentes em fixos, salvo os pontos defronte
aos hotéis, que serão pontos fixos”, essa matéria, sempre que envolve pontos
fixos, é altamente polêmica, até porque a regulamentação, e o disse bem o Ver.
Reginaldo Pujol, passa para a EPTC. Eu gostaria de emendas que exaurissem a
definição de pontos fixos em frente a hotéis, como pontos definitivos. Porque
se dependermos da regulamentação da EPTC, na sua estrutura tecnocrata,
burocrática... Eu sempre disse: quer um burocrata pior do que um burocrata de
direita, a exemplo do período da ditadura, convoque um tecnocrata da esquerda;
esse consegue se complicar mais do que os tecnocratas da época de V. Ex.ª, Ver.
João Antonio Dib, complicam-se mais. Então, na lisura dessa transferência ao
Executivo, à EPTC, para regulamentar essa estrutura, que infelizmente tem
batido muito em cima dos taxistas; é verdade, têm sido, muitas vezes padrasto e
madrasta dos taxistas nas suas exigências e nas suas medidas. Esse é um regime
democrático, Ver. João Antonio Dib, o do Poder Legislativo é o poder mais
democrático de todos.
O SR. ISAAC AINHORN: Não estou fazendo injustiça a eles. É
que os tempos eram de autoritarismo e as medidas vinham prontas, de cima para
baixo. O Ver. Pedro Américo Leal, saudosista dos tempos de autoritarismo, neste
momento, se levanta e se lembra: “Que bons tempos!” Eu não tenho saudade
daqueles tempos de perseguição, de violência, de tortura. Certamente, o
silêncio cúmplice da bancada petista, por interesse de votos, faz com que não
haja manifestações no Plenário a essa triste manifestação de V. Ex.ª, de
saudosismo, em relação a um dos períodos mais tristes que este País viveu, de
64 até a extinção do Ato Institucional n.º 5.
O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Pois eu retirei V. Ex.ª do Restaurante Universitário de madrugada,
incólume; como Chefe de Polícia garanti a sua vida. Qual é a arbitrariedade que
V. Ex.ª via naquele regime? Absolutamente, eu não vi. Havia ordem, havia
disciplina, havia hierarquia. Claro. Veja, V. Ex.ª, que eu estou sendo muito
preciso: até o Ato Institucional. E eu saí oito dias antes do Ato
Institucional, porque não concordei com ele.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu sei disso. Eu conheço inclusive a
história daqueles momentos.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Isaac Ainhorn, eu me inscrevo e cedo
o meu tempo a V. Exa.
O SR. ISAAC AINHORN: Obrigado, Ver. Paulo Brum. Pelo menos, eu
quero fazer justiça ao Ver. Pedro Américo Leal, porque, genericamente, ele se
referiu ao período da ditadura militar, o período que coerentemente ele defende
até hoje, e por isso eu tenho respeito e por isso a cidade de Porto Alegre tem
respeito por ele, e o Rio Grande tem reconhecimento pela sua trajetória de
homem digno e honrado. Igualmente o Ver. João Antonio Dib, que defende os seus
técnicos da época da ditadura. Agora, eu só relembro daqueles que não puderam
colaborar com V. Ex.ª, Ver. João Antonio Dib, porque foram expurgados, foram
aposentados por força do arbítrio e do Ato Institucional n.º 5. Eu só relembro
isso a V. Ex.ª, aqueles que não puderam colaborar com V. Ex.ª. E eu não quero
dizer que não existissem grandes técnicos, até porque muitos conseguiram
permanecer no silêncio, desempenhando as suas funções; alguns deles recém agora
se estão aposentando. Agora, houve perseguições. E a ditadura não era federal,
como certa feita disse um Vereador, para não mencionar as arbitrariedades que a
ditadura praticava no Município. Começou com a deposição de um homem a quem
hoje eu faço oposição, mas por quem tenho respeito, porque ele foi ungido pelas
urnas à Prefeitura de Porto Alegre e com alguns meses de mandato, teve retirado
o mandato que a Cidade de Porto Alegre lhe conferiu, pela força das armas e do
arbítrio, que V. Ex.ª defendeu, Ver. João Antonio Dib: o Sr. Sereno Chaise.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Isaac Ainhorn, eu também gosto muito do ex-Prefeito...
O SR. ISAAC AINHORN: Não adianta gostar, tem é que ser
coerente. Este negócio de gostar das pessoas, “gosto de fulano, gosto de
beltrano”, não. Tem é que ter coerência política.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª me deu o aparte, ou não? Posso
falar?
O SR. ISAAC AINHORN: Estou debatendo com V. Ex.ª. Estou-lhe
concedendo o aparte e já respondi em cima de uma consideração que V. Ex.ª fez.
V. Ex.ª seja mais ágil.
O Sr. João Antonio Dib: Nobre Vereador, eu não vou aprender com
V. Ex.ª.
O SR. ISAAC AINHORN: Nem eu tenho a aprender com V. Ex.ª. Mas,
já aprendi muito.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª me deu um aparte e vou falar. A
Prefeitura não fez nada disso que V. Ex.ª está dizendo. V. Ex.ª tem que
aprender um pouco da história da Cidade. Não aconteceu isso na Prefeitura!
O SR. ISAAC AINHORN: Como é que é, Vereador?
O Sr. João Antonio Dib: Exatamente o que estou dizendo.
O SR. ISAAC AINHORN: O Ver. Dilamar Machado não foi expurgado
da Prefeitura? Tanto é que foi, posteriormente, reintegrado. O funcionário
público Amaral e tantos outros. Não houve expurgo na Prefeitura? Ah, Vereador,
só o Ver. João Antonio Dib para dizer que não houve cassações no âmbito da
cidade de Porto Alegre, que não houve expurgo e que aqui não teve ditadura.
Teve ditadura, teve autoritarismo e teve violência. Coerente é o Ver. Pedro
Américo Leal, porque é um saudosista e defende o regime a que foi fiel até oito
dias antes da edição do AI-5. Quando houve a edição do AI-5, ele rompeu com os
seus colegas de farda, porque acreditava que houvesse, imediatamente, eleições,
o que não houve, e houve uma das mais tristes páginas da história brasileira.
Infelizmente - com todo o respeito a V. Ex.ª -, V. Ex.ª foi um dos que serviu à
ditadura neste País. Com o maior respeito que tenho por V. Ex.ª, como técnico,
como profissional e como homem extremamente qualificado, eu divirjo, e tenho
aqui esta posição. Volto a dizer: pior do que um tecnocrata de direita é um
tecnocrata de esquerda com poder de mando. Ah, é triste! Nenhum dos dois
respeita a democracia, as liberdades e o direito ao contraditório.
Vou
fazer um apelo final - tivemos que entrar numa discussão política, e,
certamente, os interesses políticos, hoje, e as mudanças do Sr. Luiz Inácio da
Silva, que anda “costeando a cerca”, fazem com que a bancada petista muitas
vezes fique em silêncio - a V. Ex.ª, Ver. João Carlos Nedel, em função das
manifestações do Ver. Reginaldo Pujol e do Ver. Elói Guimarães, que também teceu
alguns comentários sobre o assunto: que adie o exame do Projeto por uma Sessão
a fim de que possamos amadurecê-lo e votá-lo, possivelmente, ainda neste
semestre. Muito obrigado, Ver. João Carlos Nedel; é o apelo que deixo a V.
Ex.ª. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, atendendo ao apelo do
Ver. Isaac Ainhorn e tendo em vista que alguns Vereadores ainda têm dúvidas a
respeito desse Projeto, solicito o adiamento da discussão do PLL n.º 033/01 por
uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Solicitamos que o Requerimento seja
feito por escrito. (Pausa.) Em votação o Requerimento do Ver. João Carlos
Nedel. (Pausa.)
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento de
autoria do Ver. João Carlos Nedel.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
preciso elogiar o Ver. Elói Guimarães, que tratou o assunto com muita
seriedade. Realmente, em uma partida de xadrez tem-se de conhecer todas as
próximas jogadas ou então não se joga xadrez. O Ver. Elói Guimarães, tendo sido
Secretário Municipal dos Transportes, como o foi Antonio Hohlfeldt, como eu fui
por duas vezes, sensibilizado, achou que, realmente, uma aparente jogada no
xadrez pode complicar imensamente. Mas, se elogio o Ver. Elói Guimarães, eu não
posso fazer o mesmo com o Vereador que aqui me antecedeu, e que até propõe o
requerimento de adiamento, com o qual eu concordo, porque o Vereador que me
antecedeu não veio aqui discutir o Projeto que estava em discussão, veio
agredir Vereadores desta Casa, desconhecendo profundamente a história da
Cidade, a história de Célio Marques Fernandes, a história de Telmo Thompson
Flores, a história de Guilherme Socias Villela. Ele tinha de conhecer um
pouquinho mais: pessoas que não fizeram mal a ninguém, pessoas que tiveram
autoridade, mas que não foram autoritárias. Isso é importante que se diga,
porque há uma diferença grande entre autoritarismo e autoridade. Nós tivemos
autoridade! Esta Cidade tinha homens responsáveis por ela, e eu disse que todos
os técnicos que me acompanharam, por todos os lugares por que passei na
Prefeitura, eram de primeiríssima qualidade; eram servidores municipais de alma
e coração e nenhum deles foi atingido por nada. Nós nunca perguntamos a que
partido pertenciam ou que tendências políticas tinham; apenas deixamos
trabalhar, porque eram os melhores que havia para trabalhar. Isso foi o que
fizemos. Não usamos de autoritarismo; usamos de autoridade e de responsabilidade,
o que está faltando em muitos setores deste País. Nós tínhamos autoridade e
responsabilidade, estou insistindo. Nunca fugi de nenhum problema e nem os
técnicos que me acompanhavam, e eu não posso vê-los, aqui, espezinhados desta
tribuna.
Por
isso, o Requerimento vai ter o meu apoio sim, porque bem colocou o Ver. Elói
Guimarães: o Projeto tem de ser analisado. É uma jogada difícil de xadrez. Mas,
como passamos tempo e tempo discutindo outras matérias, que poderiam ser
votadas com mais rapidez, nós estamos aqui atendendo a um apelo do Vereador que
me antecedeu na tribuna e à inteligência do Ver. Elói Guimarães, concordando
com o Requerimento. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Em votação o Requerimento,
de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que solicita o adiamento da discussão do
PLL n.º 033/01 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
2386/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/01, que dispõe sobre a liquidação antecipada
dos saldos devedores dos contratos habitacionais de recursos próprios do DEMHAB
e dá outras providências. Com Emenda nº
01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR.
Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela rejeição do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
113, § 1º, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLE n.º 014/01, com
Emenda n.º 01. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
chamar a atenção da Casa para o que está escrito neste Projeto, que está sendo
submetido à votação da Casa. O art. 3.º, vejam bem, Srs. Vereadores, Ver. Luiz
Braz, veja V. Ex.ª o seguinte: “O Projeto de Lei dispõe sobre a liquidação
antecipada dos saldos devedores dos contratos habitacionais de recursos
próprios do DEMHAB e dá outras providências.” Pela redação do Projeto, fica
permitido que a pessoa que pagar antecipadamente o saldo do seu financiamento,
que atinja o máximo de 27 reais e 29 centavos, poder-se-á recolher 50% por
antecipação para a sua quitação.
Belíssima
iniciativa do Governo, salvo se não tivesse o art. 3.º, que é um pega-ratão, que diz o seguinte: “Ao
saldo devedor, para quitação, será acrescido o valor da taxa de
infra-estrutura, que poderá ser pago em até seis parcelas iguais e
consecutivas, não podendo haver atraso.” Isso quer dizer: dá com uma mão e tira
com a outra.
Eu
afirmo que, na maioria dos casos, essa taxa de infra-estrutura, que é calculada
sobre critérios não muito claros, excede e muito os 50% do saldo devedor. Então
o que se dá? A pessoa paga 50% do valor contratado, em débito por vencer, e
depois tem de recolher mais essa taxa de infra-estrutura em seis parcelas. É
tão verdadeiro que não é pouco, que abre o espaço de recolhimento em seis
parcelas. Deve ser, no mínimo, maior do que a prestação, senão não precisaria
fazer em seis parcelas. Diz ainda: “No caso de atraso do pagamento das parcelas
de quitação já efetuadas, serão consideradas como uma amortização
extraordinária e abatidas do saldo devedor.” Quer dizer: atrasou uma daquelas
seis parcelas, anula tudo e paga antecipadamente a metade do saldo devedor.
Então,
Sr. Presidente, esse Projeto, aparentemente belíssimo, eu votei, na Comissão de
Constituição e Justiça, alertando sobre as minhas restrições, fiz esse
“alertamento”. O Ver. Juarez Pinheiro foi o Relator dessa matéria, na qual o
Ver. Reginaldo Pujol votou contra exatamente porque havia essa restrição. E me
sinto no dever de transferir à Casa essa informação, porque aprovar o Projeto
nos termos em que ele se encontra, é muito além, muito diversamente do
anunciado de se dar um benefício ao mutuário da casa própria. Nós estamos é
onerando o mutuário da casa própria com financiamento do Departamento Municipal
de Habitação, porque, eu posso falar com absoluta certeza e o Ver. João Antonio
Dib mais ainda, essa taxa de infra-estrutura nós não recolhíamos, porque
entendíamos que era mais cara a infra-estrutura do que o valor de um terreno,
para exemplificar!
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, esse Projeto realmente é difícil, até
com a Emenda colocada pelo ex-Líder do PT, complica mais ainda. Eu vejo aqui
que 0,6 UFM dá R$ 27,70 – segundo eles – porque, então, a UFM seria de 45
reais, mais ou menos.
A
Emenda do ex-Líder petista, Ver. Estilac Xavier, - que não se encontra neste
momento – propõe que “cujo encargo mensal... até o valor correspondente a 14,53
UFM.” Eu acho que aqui tem confusão. Além do mais, esse art. 3.º deve ser
destacado e retirado do Projeto.
O SR. REGINALDO PUJOL: Já foi destacado. Até antecipo a V. Ex.ª,
nós já requeremos o destaque, porque é absolutamente lógico que se pedisse o
destaque, porque eu não posso deixar – seria uma irresponsabilidade minha – de
fazer esse “alertamento” para a Casa. Busquei fazê-lo em outras oportunidades,
sem lograr êxito. Agora, o faço de forma objetiva. Esse art. 3.º anula, por
inteiro, qualquer benefício que possa ser concedido pelo Projeto. E eu sou um
homem que acredito nas pessoas. Eu presumo que tenham mandado esse Projeto de
Lei aqui para favorecer o mutuário, que vai fazer economia, pagar 50% do que
deve, conforme a Caixa Econômica, conforme qualquer lugar, e ganhar a quitação!
Mas se depois de tudo isso, ele tem que pagar a taxa de infra-estrutura, cujos
critérios a Casa desconhece, porque aqui não estão esclarecidos, o que nós
teremos? É uma penalização do mutuário, exatamente àquele que se prontificou em
antecipar os seus pagamentos, em fazer economia, recolher aos cofres do DEMHAB,
e, mesmo assim, a quitação vai ser condicionada ao pagamento em seis parcelas
da infra-estrutura. E, se atrasar um dia, já perdeu tudo e virou amortização antecipada.
Muita
cautela antes, Srs. Vereadores, é o que eu recomendo nessa hora. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, a Liderança da Bancada do
PT, a Bancada do PT e o Executivo têm total vontade de esclarecer as dúvidas
que o Ver. Reginaldo Pujol colocou da tribuna, até porque entendemos que esse é
um Projeto importante, para que as pessoas possam quitar as dívidas pequenas:
12 reais, 14 reais, 9 reais. Como não temos nenhuma urgência, urgentíssima, e
queremos contemplar as explicações necessárias ao Ver. Reginaldo Pujol, vamos
requerer, aqui, a suspensão por uma Sessão desse debate, até para que possamos
entregar todas as informações ao Ver. Reginaldo Pujol.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o Requerimento, de autoria do
Ver. Marcelos Danéris, que solicita adiamento da discussão do PLE n.º 014/01
por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO o Requerimento do
Ver. Marcelo Danéris.
Em
votação o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol, que solicita que seja votado em
destaque o art. 3.º do PLE n.º 014/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2913/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 190/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
denomina Rua Maria Lúcia Petit um logradouro não-cadastrado, localizado no
Bairro Cascata.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL n.º 190/01. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
contra os votos dos Vereadores Pedro Américo Leal e João Antonio Dib.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0327/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 014/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
denomina Praça Nina Rosa Calegari um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Rio Branco.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL n.º 014/02. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0782/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 029/02, de autoria do Ver. José Fortunati, que
denomina Praça Tito Tajes um logradouro público cadastrado, localizado no
Bairro Tristeza.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL n.º 029/02. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
0968/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/02, que declara de utilidade pública a
entidade "Associação de Cegos Louis Braille - ACELB". Urgência.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ,
CEFOR, CECE e COSMAM. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do
Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLE n.º 016/02. O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, normalmente se esclarece
que há parecer favorável, mas já vi pelo espelho que há. Aliás, um brilhante
parecer, porque é de minha autoria.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Encerrada a discussão. Em votação o PLE
n.º 016/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO, por unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0992/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 036/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dr. João Cesar
Krieger um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL n.º 036/02. O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, vou poupar os Vereadores
de ouvir um discurso mais prolongado de nossa parte. Quero afirmar que o Ver.
João Carlos Nedel, com muita freqüência, traz projetos à Casa, denominando
ruas, com os quais temos discordância, porque falam em pássaros e outros
animais. No caso concreto, faz justiça a um dos grandes valores que o mundo
jurídico do Rio Grande do Sul conheceu e tem a minha mais plena aprovação.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Encerrada a discussão.
Em votação o PLL n.º 036/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
1065/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/02, que denomina Jornalista Jorge Alberto
Mendes Ribeiro a passagem de nível da Avenida Protásio Alves que transpõe a
Avenida Carlos Gomes.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLE n.º 021/02. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por
unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1228/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/02, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
denomina Rua José Antonio Chaise (Tom) um logradouro público cadastrado,
localizado no Loteamento Nova Ipanema - II Etapa.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLL n.º 060/02. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
por unanimidade.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): PLL n.º 107/02. Solicito ao Ver. João
Carlos Nedel que assuma os trabalhos, porque este Projeto é de autoria deste
Vereador.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1734/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 107/02, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que autoriza a inclusão do
"Circuito Conesul de Educação Física e Pedagogia" no Calendário de
Eventos Oficiais do Município de Porto
Alegre.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Este Vereador não entendeu uma coisa. O
PLL n.º 107/02 foi o último a ser incluído. Tínhamos uma relação aprovada com o
PLCL n.º 004/02, antecedendo o Projeto de V. Ex.ª, e eu vejo aqui, com muita
surpresa, que V. Ex.ª, através de uma mágica, conseguiu colocar, depois que foi
aprovado o Requerimento, o seu Projeto antecedendo o de minha autoria. Eu não
sei qual é a mágica que fizeram, mas tem isso aqui.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. Luiz Braz, o Coordenador Antonio
Hohlfeldt colocou nessa ordem quando foi aduzido pelo Vereador...
O SR. LUIZ BRAZ: Não. Já havia sido votado, Vereador, o
PLCL n.º 004/02. O Ver. Carlos Alberto Garcia colocou o PLL n.º 107/02 já na
segunda votação. Ele foi um adendo à votação do primeiro Requerimento. Não
consigo entender. Eu não tenho nada contra, porque vou votar favoravelmente ao
Projeto do Ver. Carlos Alberto Garcia, mas estou apenas estranhando, e até acho
que é por causa disso que ainda não votei nenhum projeto da minha autoria neste
semestre, porque eu não sei o que os senhores têm contra este Vereador,
colocando sempre meus projetos por último. Eu não posso crer que seja uma
discriminação em relação a este Vereador.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Sem dúvida, não é.
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu credito que foi um pequeno lapso da
Mesa, plenamente corrigível; é só colocar em votação do PLCL n.º 004/02, e,
depois, o Projeto do Ver. Carlos Alberto Garcia.
O SR. PRESIDENTE (José Carlos Nedel): Vereador, foi feito um novo Requerimento
colocando uma nova ordem, e essa foi cumprida. Não é a letra do Ver. Carlos
Alberto Garcia; é a letra do Vereador Coordenador Antonio Hohlfeldt. Mas vamos
chegar lá imediatamente.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu sinto que essas manobras sejam
feitas, mas eu me curvo sempre à Mesa, porque vou lutar sempre para que a ordem
possa imperar nos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Fico muito grato, Ver. Luiz Braz.
Em
discussão o PLL n.º 107/02. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1634/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 070/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao
Senhor Paulo Rogério Amoretty Souza.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em discussão PR n.º 070/02. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por
unanimidade.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
1127/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/02, de autoria do Ver. Luiz Braz, que define como Taxa o tributo cobrado
pela prestação dos serviços de distribuição de água e captação de esgotos
sanitários no Município. Urgência.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH. Relator-Geral
Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Em discussão PLCL n.º
004/02. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLCL n.º
004/02.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Luiz Braz apresenta um Projeto de apenas
três artigos que define como taxa o tributo cobrado pela prestação de serviço
de distribuição de água e captação de esgoto sanitário no município de Porto
Alegre. Aparentemente, muito simples, tem uma cláusula de revogação, de entrada
em vigência, e o Ver. Luiz Braz coloca então apenas um artigo, essa Lei na
verdade tem um artigo, porque um é de cláusula de vigência e o outro é de
revogação, no sentido de que a prestação do serviço de distribuição de água e
captação de esgotos sanitários no Município de Porto Alegre será realizada sob
regime jurídico de taxa.
O
Ver. João Antonio Dib já foi Prefeito em Porto Alegre, ele sabe que absurda que
é essa proposta. Essa proposta, aparentemente ingênua, pode estar trazendo
aqui, imiscuídos nesse único artigo, problemas seríissimos à cidade de Porto
Alegre, que não é o que o Ver. Luiz Braz quer trazer, mas talvez até por não
ter pensado bem quando propôs, poderá, potencialmente, trazer. Já foi dito, não
por mim, aqui, Ver. Luiz Braz, mas pelo Ver. João Antonio Dib, se não me engano,
que cada dólar que é investido em saneamento básico, em dez anos, passa
equivaler a 50 dólares. Que 70% das moléstias que são contraídas pela população
poderiam ser evitadas se tivéssemos bons saneamentos.
O
que o Ver. Luiz Braz está propondo, neste momento, é que a alteração da taxa de
água, que ele chama de taxa, passando a ser taxa, porque hoje é um preço
público, tenha de obedecer ao princípio da anualidade, esquecendo da economia
que ele defende em nível nacional, ao menos o seu Partido, o PTB, quando o Ver.
Luiz Braz estava, parece que não defende com tanta ênfase. Defendendo, Ver.
Luiz Braz, que uma alteração no preço da água só possa ser feita com o
princípio da anualidade, podendo trazer problemas infinitos para o Município e
para as pessoas que recebem abastecimento de água. Não estou entrando na
questão da legalidade, Ver. Luiz Braz, porque Vereador não pode instituir um
tributo. Como é que o Vereador vai violar o art. 61 – eu não tenho a
Constituição aqui, mas o Ver. Luiz Braz é pós-graduado, e poderia me ajudar,
mas eu penso que é art. 61, inc. II, letra b, da Constituição Federal, que diz
que é da competência do Chefe do Poder Executivo, em nível nacional, do
Governador, do Prefeito, obedecido o princípio da simetria, constituir impostos,
taxas, quer dizer, o Vereador não pode iniciar esta matéria, mas essa discussão
é a menos importante.
Ver.
Luiz Braz, meu amigo e grande Vereador, V. Ex.ª está colocando uma disputa
política acima dos interesses da Cidade neste momento. O que o Ver. Luiz Braz,
Vereador competente, trabalhador, inteligente, está neste momento propondo, é
que a disputa entre Governo e oposição se transfira, com problema sérios para a
população. Está retirando condições de que aquela autarquia continue
funcionando com eficiência, em prol da saúde pública no Município de Porto
Alegre, como até agora vem sendo feito, e não é só na Administração do PT, a
partir de 89. Já antes esta instituição, o DMAE, era uma referência para o
País, Ver. João Antonio Dib, e essa referência está sendo colocada em risco, o
Ver. Luiz Braz, contrariando inclusive orientação do Governo Federal, ao qual
ele pertence, Governo que onera a população com taxas e impostos,
principalmente indiretos. Fazendo o que está fazendo, está retirando daquela
autarquia, que é referência, condições de continuar sendo o que o DMAE tem sido
ao longo do tempo.
Eu
ainda acredito que o Ver. Luiz Braz vai rever sua posição, vai entender e dizer
a seus colegas - como diz agora ao Ver. Pedro Américo Leal, tentando induzir um
dos maiores Deputados que este Estado já teve, que Vereador pode legislar sobre
taxa, pode iniciar processo legislativo, Ver. Luiz Braz. Eu espero que esta
Câmara de Vereadores não cometa esta atrocidade contra Porto Alegre. Ver. Luiz
Braz temos condições de fazer disputa política de outra forma. Disputa política
com a saúde da população em jogo, esta eu não faço. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para discutir o PLCL n.º 004/02.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Carlos Alberto Garcia,
Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, Senhoras e Senhores. Eu gostaria
muito que os Vereadores desta Casa pudessem abrir um livro de doutrina
jurídico-tributária e viessem aqui nesta tribuna provar que o Legislativo não
tem competência para ter iniciativa de leis tributárias. Eu trago aqui quantos
tributaristas quiserem. Trago o Roque Antonio Carrazza, trago o Geraldo
Athaliba, trago quantos tributaristas quiserem, aqui, para provar isso. E vou
pedir aos Srs. Vereadores que raciocinem sobre esses artigos que o Ver. Juarez
Pinheiro fez questão de citá-los, mas superficialmente. O art. 48 da
Constituição - aliás, Ver. Pedro Américo Leal, este artigo é repetido aqui na
Lei Orgânica do Município pelo art. 56 - é extremamente claro e diz assim:
“Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República... sistema
tributário, arrecadação e distribuição...”, tudo isso. Porque, hoje, todos os
doutrinadores, porque eu quero que me tragam aqui alguém que fale contrário a
isso, porque, não adianta, é a opinião do Ver. Juarez Pinheiro contra todos os
doutrinadores do País, contra todos os juristas do País. É a opinião do Ver.
Juarez Pinheiro que quer defender o Executivo Municipal, para nós não votarmos
aqui matérias tributárias, não termos esta iniciativa. Aí ele se baseia no
artigo 6l, que já cansei de dizer, inclusive, o Ver. João Dib, no parecer que
ele deu sobre o Projeto, ele traz a jurisprudência do STF, que é do Ministro
Ilmar Galvão. E o Ministro Ilmar Galvão cita que no artigo 6l, numa
interpretação equivocada, as pessoas pensam que é iniciativa exclusiva do
Presidente da República a votação de matéria tributária, mas está aqui, bem
claro, no artigo 61, da nossa Constituição, está escrito assim: “Organização
administrativa e judiciária, matéria tributária...”, mas nos territórios. Sabem
quantos territórios temos hoje no Brasil? Nenhum. Trago aqui quantos
doutrinadores quiserem para provar. Agora, eu quero que me tragam um só
doutrinador importante, um só que diga diferentemente. Agora, nós não termos
iniciativa de matéria tributária, porque essa é a opinião do Ver. Juarez
Pinheiro, e toda a oposição concorda com isso, e os Vereadores, todos,
concordam com isso! Precisamos acabar com essa bobagem! É muita besteira! É
muita besteira! É besteira jurídica! Isso nós não podemos cometer, nós somos
legisladores! Imagine, Ver. Pedro Américo Leal, dizer que o DMAE não pode fazer
uma previsão orçamentária, que o DMAE tem que fazer aquilo que fez há algum
tempo, aumentando em 18% a água acima da inflação... E aí vejo que vários
Vereadores foram contrários, mas eles têm que concordar. Então, com essa única
fórmula que temos de conter o DMAE, de conter o Executivo no aumento de preços,
tirando a tarifa - que tem a natureza de deixar que o Executivo mexa, a seu bel
prazer, no custo da água - e mudando para taxa, pois aí começaremos a mexer com
matéria tributária. E aí tem razão o Ver. Juarez Pinheiro. Eu quero que,
realmente, haja uma previsão orçamentária. Eu quero que as pessoas não sejam
colhidas de surpresa com nenhum tipo de aumento. Eu quero que nós discutamos
aqui um orçamento do DMAE não de mentirinha. E que possamos discutir o
orçamento do DMAE, assim como nós discutimos o orçamento da Centralizada, assim
como nós vemos o dinheiro que vai para a SMOV, o dinheiro que vai para o DEP, o
dinheiro que vai para toda a Administração Centralizada.
Agora,
vir a esta tribuna e continuar afirmando que nós, do Legislativo Municipal, não
temos autoridade para iniciar um processo em matéria tributária? Eu quero que
venham aqui e provem! Porque senão é bobagem! É bobagem! Esta tribuna aqui não
pode aceitar tanta bobagem assim! Está na Constituição, está na Lei Orgânica do
Município! Ora, é fácil de comprovar, é muito fácil de comprovar! Está escrito
aqui com todas as letras! Os doutrinadores principais do País, Ver. Pedro
Américo Leal, estão cansados de dizer da possibilidade do que diz a
Constituição, que os Legislativos têm que mudar, que o custo da água, o custo do
esgoto, o custo da eletricidade têm de ser feito através de taxas, tem de ser
cobrado como se tributo fosse, para que nós, casas legislativas, possamos votar
as alterações, as modificações, porque é nossa função defender a sociedade! E é
isso que nós temos de fazer!
Srs.
Vereadores eu estou extremamente embasado para fazer o Projeto que fiz. Estudei
durante muito tempo para fazer o Projeto que fiz.
Tenho
toda uma doutrina, hoje, para embasar o Projeto que fiz e tenho razões, mais do
que justificadas, para colocar o Projeto em votação para os Srs. Vereadores,
para que nós possamos, sim, defender o direito da população de conhecer aquilo
que vai gastar também nas contas de água, para que eles não sejam apanhados de
surpresa, assim como o foram com o aumento de 18%. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Visivelmente,
constatamos que não há mais quórum.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu queria um
esclarecimento de V. Ex.ª: Há reunião da Mesa amanhã pela manhã?
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Sim, às 11h.
O SR. REGINALDO PUJOL: Obrigado.
O SR. RAUL CARRION: Será de Mesa e de Lideranças?
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): De Mesa e de Lideranças.
O SR. RAUL CARRION: Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Não havendo quórum,
estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h48min.)
*
* * * *